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Mostrando postagens de janeiro, 2010

Musicais inesquecíveis

Aproveitando o lançamento de Nine , preparei uma listagem dos melhores musicais do cinema, em minha opinião. 10. O Mágico de Oz Dorothy & Cia emocionaram milhares em 1939, neste filme que é uma celebração da amizade. As canções por décadas encantam gerações, e a história hoje ainda serve de inspiração para muitas obras, incluíndo a não oficial continuação Wicked, que é um grande sucesso na Broadway. 09. Hairspray - em busca da fama Divertido e com canções contagiantes, o musical baseado no filme de John Walters é uma curtição do início ao fim, que dá até vontade de se levantar e dançar junto com os personagens. 08. Os Produtores O filme de Mel Brooks Primavera para Hitler era uma brincadeira com os musicais da Broadway. Acabou virando um musical, e dos mais engraçados. A dupla formada pelos produtores Bialystock e Bloom é impagável, e não é de se estranhar que tenha sido homenageada no Museu de Cera Madame Tousseaud de Nova York. 07. Chicago O vencedor do Oscar de 2002 trouxe de v

Crítica: Nine

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Nunca fui muito fã de Spaguetti, que considero uma comida bastante sem graça. Mas, com o molho certo, até que se torna atrativo e saboroso. Por que começo uma crítica de cinema desta forma? Bem, usando uma comparação metafórica, o musical "Nine" não passa de um enorme prato de Spaguetti... sem molho! Rob Marshall em 2002 consolidou de vez o retorno dos musicais ao cinema americano com o sucesso de Chicago. Com muito ritmo, jazz e femmes fatales, o diretor impressionou público e crítica, coroando a carreira de sucesso da película com o Oscar de melhor filme. "Nine" é sua tentativa de repetir este sucesso. Uma pena que não teve resultado. 8 e meio é um clássico do Cinema Italiano, e serviu de inspiração para o musical. Nos palcos, "Nine" não fez o barulho esperado e acabou ficando pouco tempo em cartaz. O roteiro é uma transposição do filme de Fellini, centrado na figura do cineasta Guido Contini, artista que passa por uma séria crise criativa e busca a solu

Pôster da semana: "Homem de Ferro 2", de John Fraveau (EUA 2010)

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Vencedores do Globo de Ouro

A associação de imprensa estrangeira de Hollywood já ficou conhecida pela mania de querer agradar a todos. É exatamente o que aconteceu neste Globo de Ouro 2010, que favoreceu os sucessos de bilheteria em detrimento da qualidade. De forma incompreensível, Avatar levou os dois prêmios mais importantes para cinema: filme dramático e diretor. A segunda seria até justificável, considerando as inovações técnicas do filme. Mas melhor drama concorrendo com filmes como Bastardos Inglórios e Amor sem escalas é um pouco demais. Sobrou para o filme de Jason Reitman o justíssimo prêmio de roteiro e para os justiceiros de Tarantino o troféu mais do que merecido de ator coadjuvante para Christopher Waltz. Quem fez a festa foi a Pixar. Up - altas aventuras levou os prêmios de melhor filme animado e trilha sonora. Finalmente Michael Giacchino foi recompensado pelo incrível trabalho, que já deveria ter sido reconhecido desde a magnífica trilha de Ratatouille . Filme de comédia, deu mais um sucesso de

Crítica: Amor sem escalas

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Na década de 80, Ivan Reitman divertia o mundo com uma comédia esperta que marcou época, Os caça fantasmas . Hoje anda afastado da direção, mas continua atrás das câmeras como produtor executivo. Nada como uma forcinha da família, e Jason Reitman que o diga. Junto com Ivan, realizou alguns filmes interessantes - como os recentes Obrigado por fumar e Juno . Mas agora consegue atingir a perfeição com o excelente Amor sem escalas . Os dois filmes anteriores do diretor, já citados, mostravam personagens comuns e cenas do cotidiano, em que era facilmente possível se identificar ou identificar algo, seja os tipos, seja alguma das situações. Amor sem escalas também caminha nesta direção. É um filme atual, com uma crítica social áspera - também presente nos filmes anteriores - mas com uma mensagem que foge do óbvio e que é o grande trunfo de um roteiro genial. O filme já começa de maneira marcante, situando o espectador no "ambiente" em que vive o protagonista (George Clooney, final

Crítica: Onde Vivem os Monstros

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Spike Jonze é um cineasta que gosta de lidar com o bizarro. Mas, diferente de Tim Burton, ele trabalha menos. "Onde Vivem os Monstros" é apenas seu terceiro filme, sendo os anteriores os excelentes Quero ser John Malkovich e Adaptação. Oriundo dos videoclips (mais detalhes no post 1999: 10 anos ), o diretor trouxe para seu cinema uma característica muito particular: a escolha de imagens fortes e paisagens exóticas para os seus filmes. A temática desse novo projeto ajuda ainda mais neste ponto. Prepare-se para um verdadeiro banho de imagens belíssimas, e um trabalho de fotografia primoroso. O que, aliás, ajuda a entrar de cabeça no filme, e acompanhar a aventura de Max e seus amigos nada convencionais. A sessão em que assisti ao filme estava lotada de crianças pequenas. Nem parece que vivemos na era da informação, pais desavisados. "Onde Vivem os Monstros" não é um filme infantil. Apesar de ser a adaptação de um dos livros mais vendidos da história direcionado aos mi

Pôster da semana: "Invictus", de Clint Eastwood (EUA 2009)

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Cotações nas críticas

Para que vocês entendam qual é meu critério de avaliação, segue abaixo o detalhe. * Ruim ** Bom *** Ótimo **** Excelente

Crítica: Sherlock Holmes

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É complicado quando nos atrevemos a mexer com clássicos, principalmente se estivermos falando de um personagem conhecido a nível mundial. Pois Guy Ritchie deve estar sentindo este gostinho na pele, porém com um bocado de prazer. Seu Sherlock Holme s é uma reinvenção saudável e pra lá de divertida do célebre personagem de Sir Arthur Conan Doyle. O filme - que já é um sucesso comercial e de crítica, com mais de 300 milhões de dólares arrecadados mundialmente - flerta de forma bastante eficaz com as características marcantes do personagem (sua genialidade no exercício da dedução, as constantes crises de depressão, o talento nos ringues e a aptidão com o violino), bagunçando o visual outrora pomposo; Holmes, aqui, troca as roupas clássicas por modelos mais simples, e ao invés de chapéu mostra constantemente o cabelo desarrumado. Mas estamos falando de Robert Downey Jr., logo, o visual não poderia ser mais compatível. O ator está extremamente à vontade em cena, se divertindo a valer, e apro

Como nascem fenômenos de bilheteria?

Esta pergunta é difícil de responder. Na verdade, hoje, apostar no sucesso de um filme é como uma loteria: algo muito difícil de acertar. Existem fenômenos isolados - filmes como A Bruxa de Blair e Atividade Paranormal - que tiveram na internet um grande veículo de publicidade. Ambos levaram milhares aos cinemas, movendo o público por pura curiosidade, mais do que por qualidade ou inovação. Casamento Grego, outro grande fenômeno de público, cativou pela história simples, mas que fugia um pouco da fórmula usual da comédia romântica. E Distrito 9 apresentou um história de ficção intrigante e totalmente não-convencional. As campanhas de marketing viral também são muito eficientes para promover grandes sucessos, vide os recentes Batman, o cavaleiro das trevas e Avatar. O fato mais claro é: filmes ruins conseguem boas bilheterias assim como filmes excelentes fracassam. O boca a boca é muito importante no caso de sucesso de um filme. É o que promove o sucesso por semanas e semanas e, no ca

Pôster da semana: "Nine", de Rob Marshall (EUA 2009)

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Em breve: Onde Vivem os Monstros

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Finalmente está chegando ao Brasil um dos filmes mais aguardados por mim no ano, realizado pelo diretor Spike Jonze, o mesmo de "Quero ser John Malkovich" e "Adaptação". "Onde vivem os monstros" (Where the wild things are) é uma fábula baseada em um livro infanto-juvenil de grande sucesso. As imagens que selecionei dão uma idéia do visual do filme, que conta a história de um menino que, frente as dificuldades que vive na vida real, se isola em um mundo imaginário onde com a ajuda de novos amigos aprenderá a controlar seus temores. Belo e triste, o filme teve críticas favoráveis, no entanto não conseguiu emplacar nas bilheterias.

Indicados nos prêmios dos Sindicatos 2010

A temporada do Oscar está fervendo, e com as indicações do Globo de Ouro, do Sindicato dos Diretores e dos Produtores, já temos quase definidos os possíveis 10 indicados ao Oscar na categoria principal. Presenças garantidas são os filmes "Guerra ao Terror" e "Amor sem escalas". Presentes em todos os prêmios e com cada vez mais notoriedade, me parece que a estatueta este ano ficará com um destes filmes, bem como o prêmio de direção. Correndo por fora, estão "Avatar", "Preciosa" e "Bastardos Inglórios". O filme de James Cameron está conquistando a crítica, apesar do roteiro fraco e previsível. No entanto, o sucesso comercial é um ponto favorável, muito embora possa ocorrer ao filme o mesmo que a "Cavaleiro das Trevas" em 2009. "Preciosa" tem ao seu favor o sucesso no circuito alternativo e as performances elogiadas do seu elenco. Quanto a "Bastardos", é a chance da Academia reconhecer o talento de Quentin Tar

Globo de Ouro 2010

As indicações ao Globo de Ouro 2010 saíram, e com elas começa a se desenhar o que provavelmente veremos no Oscar 2010. No ano em que a academia indicará 10 filmes na categoria principal, seria correto dizer que todos os indicados ao Globo de Ouro nas duas categorias existentes (drama e comédia) tem chance de figurar entre os indicados de melhor filme? Não acredito nisso. Provavelmente os 5 dramas indicados terão seu ligar garantido no Oscar, e das comédias, apenas "Nine" deve chegar a lista final da academia. Abaixo, a relação com todos os indicados. MELHOR FILME [DRAMA] Avatar Guerra ao Terror (The Hurt Locker) Bastardos Inglórios Precious: Based on the Novel Push by Sapphire Up in the Air MELHOR FILME [MUSICAL ou COMÉDIA] (500) Dias Com Ela Se Beber, Não Case It’s Complicated Julie & Julia Nine MELHOR ATRIZ [DRAMA] Emily Blunt / The Young Victoria) Sandra Bullock ( The Blind Side ) Helen Mirren ( The Last Station ) Carey Mulligan ( An Education ) Gabourey ‘Gabby’ Sidibe

Pôster da semana: "The Hurt Locker", de Kathryn Bigelow (EUA 2009)

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A mesmice e o Cinema Brasileiro

Chega de mesmice. Falar do cinema brasileiro é, de alguma forma, cair nessa questão. Tempos atrás, poderiamos dizer que não tínhamos condições em termos técnicos de concorrer com as produções estrangeiras, principalmente americanas. Pois essa história já morreu, minha gente. Hoje temos profissionais competentes em todas as áreas, seja de fotografia, som ou mesmo efeitos especiais. Nosso cinema está definitivamente profissionalizado, e o resultado vemos na tela, com filmes cada vez mais chamativos em termos técnicos, e que até lançam tendências - para isto, basta pensar em "Cidade de Deus", cuja estética é hoje uma das mais copiadas em todo o mundo. O problema do cinema brasileiro é muito mais conjuntural que estrutural; caímos naquela história de produzir o que o mercado quer consumir. E o que os executivos acreditam? Que todos adoramos comédias romanticas e dramas sobre pobreza e violência urbana. Mas isso é realmente verdade? O fato é, para cada "O cheiro do ralo&