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Mostrando postagens de outubro, 2010

Crítica: Atração Perigosa

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Cinema é feito para surpreender, e isto pode acontecer em diversos aspectos. Que o diga Ben Affleck. O ator, que até pouco tempo tinha que se esconder por trás do amigo mais talentoso (Matt Damon, com o qual escreveu e levou o Oscar pelo roteiro por Gênio Indomável) e assistir de camarote ao crescimento profissional do irmão Casey Affleck (que atingiu seu ápice com a nomeação ao Oscar pela atuação em O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford), precisava dar um novo rumo a carreira. Canastrão até dizer chega na frente das câmeras, o ator apostou que sua sorte poderia ser melhor nos bastidores. Com isso, dirigiu Medo da Verdade. O filme recebeu alguns elogios, no entanto ainda não era suficiente para saber se a carreira como cineasta iria decolar. Atração Perigosa veio para mostrar que, como diretor, Ben Affleck é o cara. O filme é baseado no romance "The prince of Thieves", e retrata o submundo do crime organizado de Boston, que levou a cidade a ganhar a alcunha de

Crítica: A Lenda dos Guardiões

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Adaptações literárias são o calcanhar de aquiles de muitos cineastas. Se por um lado o trabalho se torna mais fácil com textos ricos em detalhes, narrativa simples e bons personagens, pode se mostrar um verdadeiro presente de grego se na hora de condensar todo aquele mundo em um roteiro as decisões não sejam bem acertadas. Foi o que aconteceu com o novo filme de Zack Snyder, A Lenda dos Guardiões. Baseado na obra da escritora Kathryn Lasky, publicada pela editora Scholastic (a mesma de Harry Potter), o filme condensa os acontecimentos dos três primeiros livros da série, que encerrou-se com um total de quinze volumes. Os livros que contam as aventuras das corujas de Ga´Hoole não são enormes como os de outras séries destinadas ao público infanto-juvenil, o que talvez possa explicar o motivo pelo qual a Warner preferiu levar para as telas mais de uma aventura por vez. Vale lembrar, no entanto, que outra pretensa série cinematográfica afundou pelo mesmo erro - Desventuras em série, produzi

Pôster da semana: Somewhere, de Sophia Coppola (EUA 2010)

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Crítica: Wall Street - o dinheiro nunca dorme

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"O dinheiro é uma vadia que nunca dorme". Talvez muita gente não entenda o que essa frase quer dizer. No entanto, vindo da boca de um yuppie, ela tem mais do que um significado: é praticamente uma doutrina. E o cinema, mais do que qualquer outra forma de arte, sabe como ninguém como se utilizar de paradigmas para construir histórias impactantes. Que o diga Oliver Stone. Depois de entregar um dos filmes mais provocativos da década de 80, o cineasta ataca novamente. Mais do que um novo filme, Wal Street - o dinheiro nunca dorme é uma homenagem de Oliver Stone ao seu próprio cinema. Ao reviver um dos personagens mais icônicos da sétima arte - Gordon Gekko, novamente interpretado de forma vigorosa por Michael Douglas - o diretor realiza um trabalho genial. Desde a concepção até o último plano, o filme é um exemplo de como se atualizar uma boa história sem perder o seu charme principal. O cenário do filme, mais de 20 anos depois, continua sendo o poderoso distrito financeiro da ci

Crítica: Tropa de Elite 2

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Criar fenômenos de público sempre foi uma característica dos milionários filmes americanos, que invadem as salas de cinema e dominam quase que completamente o circuito deixando pouco espaço para os filmes de arte e a produção nacional. Nos últimos anos, no entanto, algumas franquias tupiniquins pareceram entender a "fórmula" do sucesso e estão mudando um pouco esta história. Tropa de Elite aportou nos cinemas em 2007 depois de sofrer com a pirataria - fato que acabou tornando o filme ainda mais popular - e impressionou por apresentar um retrato pouco ortodoxo da polícia carioca, pontuado por muita violência. O filme ganhou prêmios internacionais e foi reverenciado por aqui, caindo na boca do povo e tornando o personagem de Wagner Moura uma espécie de herói nacional. Não é preciso dizer que o diretor percebeu que estava diante de uma máquina de fazer dinheiro. Tropa de Elite, mesmo com seu conturbado lançamento, rendeu uma fortuna nas bilheterias e seu lançamento em DVD foi u

Crítica: A Rede Social

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David Fincher é o tipo de cineasta do qual você pode esperar surpresas, seja para o bem, seja para o mal. Na carreira, o diretor fez um passeio por gêneros totalmente distintos, desde o terror de Alien 3 até o drama oscarizável de O curioso caso de Benjamin Button; realizou ao menos dois filmes inesquecíveis - o poderoso Seven, os sete crimes capitais e o polêmico Clube da Luta; e cometeu apenas um pequeno deslize - o fraco The Game, com Michael Douglas. Em todos os títulos, no entanto, sempre deixou presente a sua principal marca: a excelência na edição. O fato se repete com este novo A Rede Social. O filme sobre a criação do Facebook poderia ser apenas mais um drama adolescente caso tivesse caído nas mãos de um cineasta menos experiente e visionário. Com Fincher, no entanto, o roteiro adaptado do romance The Accidental Billionaires se torna um drama conciso sobre companheirismo e aceitação, numa época em que o mais comum para uma grande maioria de jovens é o isolamento frente as tela