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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Crítica: Logan

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Apesar de ter sido responsável pelo renascimento dos filmes de super heróis com X-men - o filme, a Fox não conseguiu manter uma regularidade nas produções que lançou com os personagens da Casa das Idéias. Entre filmes excelentes como X-Men 2 e X-Men: Primeira classe, houveram muitos fracassos de público e crítica como X-Men Origens: Wolverine e Quarteto Fantástico.  Não fosse o carismático e talentoso Hugh Jackman, a sorte de Wolverine no cinema seria outra depois dos dois fracos filmes solo do personagem. O ator, única unanimidade na franquia - e presente em TODOS os filmes dos mutantes lançados até hoje - conseguia manter o interesse do público mesmo com a pouca semelhança com o Logan dos quadrinhos. E colocou em cheque quem insistia em dizer que o personagem era maior que seu intérprete. Dito isto, é muito gratificante assistir um filme como Logan , talvez o maior acerto da Fox com os filhos do átomo até aqui. Além de um excelente retrato do personagem, é também uma homenag

Crítica: A Lei da Noite

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Ben Affleck vive um momento interessante em Hollywood. O astro de Batman vs Superman - a origem da justiça e do vindouro  Liga da Justiça tem alternado atuação e direção nos últimos anos, mas apesar de aparecer como ator em produções milionárias, tem chamado mais atenção por seus trabalhos como diretor em filmes como Medo da Verdade (em que trabalhou com o irmão Casey Affleck) e os excelentes Atração Perigosa e Argo.  A boa reputação na Warner permitiu que este seu novo projeto fosse o mais ambicioso de sua filmografia. Adaptado do romance de Dennis Lehane,  A Lei da Noite é um filme de gângster que remete às origens do gênero na forma, mas fica muito aquém do que se esperava do diretor na construção da narrativa.  Estes problemas narrativos de  A Lei da Noite se devem principalmente ao fraco desenvolvimento de personagens importantes da trama, e isto não necessariamente ocorre pela falta de tempo (o filme tem bons 130 minutos de duração), mas pela estrutura do roteiro, qu

Crítica: A Cura

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Gore Verbinski ficou mais conhecido em Hollywood depois de transformar em um fenômeno global a atração dos parques da Disney  Piratas do Caribe. Mas quem acompanha a carreira do diretor sabe que ela é marcada pela diversidade de gêneros. Seu último grande sucesso foi, inclusive, uma animação (o sensacional Rango ). Mas para seu retorno depois do fracasso de Cavaleiro Solitário o diretor escolheu o terror, que não visitava desde a sua versão de O chamado. A Cura é uma tentativa de repetir o sucesso da produção de 2002, mas desta vez deixando de lado os fantasmas e focando no suspense psicológico.  Na história, um jovem executivo ambicioso (Dane DeHaan) é enviado para recuperar um executivo de sua empresa de um idílico mas misterioso centro de bem-estar em um local remoto na Suiça, mas logo suspeita que os tratamentos milagrosos do spa não são bem o que parecem. Embora o esmero técnico seja observado desde a cena inicial - destaque para a bela fotografia em uma estrada de

Crítica: John Wick - um novo dia para matar

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Originalidade não é muito comum nos filmes de ação hollywoodianos. O gênero, que era bastante popular com o público masculino mas hoje em dia também cativa a audiência feminina (vide sucessos absolutos como 007 - Operação Skyfall e o último Velozes e furiosos ), normalmente seguia uma narrativa óbvia e não costumava inventar demais:  bastava uma boa quantidade de explosões e perseguições de carro alucinantes e todo mundo ficava satisfeito. Acontece que a entrada de cineastas autorais como Joe Carnahan, Michael Mann e Paul Greengrass em projetos do gênero, bem como a influência de produções internacionais como Old boy, Lady Vengeance e até nosso Cidade de Deus,  levaram a uma mudança neste paradigma. O público de hoje vai aos cinemas esperando também uma boa história. Neste caso, John Wick -  um novo dia para matar , não vai decepcionar ninguém. Sequencia do inesperado sucesso De volta ao jogo (2014) , o filme expande o universo criado no primeiro longa e se beneficia do orçame

Crítica: Lego Batman - o filme

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Quando Uma Aventura Lego chegou aos cinemas três anos atrás ninguém sabia muito bem o que esperar, mesmo com o envolvimento da equipe responsável pelo bem sucedido  Tá chovendo hamburger. As animações Lego que lotavam os canais infantis eram bobinhas e tinham um visual que deixava a desejar, mas por outro lado os games Lego eram interessantes e divertidos. Que caminho os filmes para cinema iriam seguir era o grande mistério. Mas sabemos que a empreitada foi um sucesso, e não é nenhuma surpresa que o personagem que roubou a cena no primeiro filme seja a estrela deste spin-off. Lego Batman - o filme mantém tudo que fez do antecessor um sucesso: é insano, visualmente exagerado, colorido e extremamente engraçado. Você vai rir dos créditos iniciais (sim, prepare-se!) até os créditos finais sem parar. E isso não é exagero. Lego Batman - o filme começa com mais uma vitória do Homem Morcego contra todos os seus maiores inimigos. Embora a população nas ruas o festeje e admire, sua

Crítica: Armas na Mesa

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A liberação legal do porte de armas é uma das grandes discussões políticas e sociais em todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos. Hollywood não ficou alheia à esta questão, que já foi discutida em filmes como Tiros em Columbine e Elefante. Mas nunca antes um longa traria o tema de forma tão interessante quanto neste Armas na Mesa.  É importante notar que o filme, assim como outro projeto polêmico de ano -  The Birth of a Nation, do diretor Nate Parker - praticamente sumiu das listas de melhores do  ano na temporada de premiações, apesar do apuro técnico e das grandes atuações do seu elenco. Mesmo que não diretamente,  Armas na Mesa defende a restrição do uso de armas pela população, e isto gerou uma onda de boicotes ao longa que explica o resultado pífio nas bilheterias e uma distribuição bastante tímida nos mercados mundiais. Mas quem tiver a oportunidade de assistir vai se deparar com um excelente thriller político que tem Jessica Chastain em uma das melhores perf

Crítica: Estrelas além do tempo

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O preconceito racial é um tema recorrente no cinema americano, e nos últimos anos tem estado cada vez mais em voga graças aos inúmeros incidentes de intolerância que afligem a sociedade americana, que nunca esteve tão dividida em sua história.  Diversas produções já dissecaram a trajetória desta questão importantíssima, desde clássicos absolutos como E o vento levou... ao recente vencedor do Oscar Doze anos de escravidão. Mas Estrelas além do tempo vai mais fundo ao mostrar que algumas figuras importantes para a formação do império americano nunca tiveram o reconhecimento merecido pela sociedade, e tudo por culpa do sexo ou da cor da pele. Apesar de contarem histórias completamente diferentes,  Estrelas além do tempo tem muitas similaridades com outro recente sucesso, Histórias cruzadas. Ambos são filmes despretensiosos, possuem um elenco feminino poderoso e mesclam muito bem o drama e a comédia. E também discorrem sobre o tema complexo que é o preconceito com muita intel