Crítica: Onde Vivem os Monstros

Spike Jonze é um cineasta que gosta de lidar com o bizarro. Mas, diferente de Tim Burton, ele trabalha menos. "Onde Vivem os Monstros" é apenas seu terceiro filme, sendo os anteriores os excelentes Quero ser John Malkovich e Adaptação.

Oriundo dos videoclips (mais detalhes no post 1999: 10 anos), o diretor trouxe para seu cinema uma característica muito particular: a escolha de imagens fortes e paisagens exóticas para os seus filmes. A temática desse novo projeto ajuda ainda mais neste ponto. Prepare-se para um verdadeiro banho de imagens belíssimas, e um trabalho de fotografia primoroso. O que, aliás, ajuda a entrar de cabeça no filme, e acompanhar a aventura de Max e seus amigos nada convencionais.


A sessão em que assisti ao filme estava lotada de crianças pequenas. Nem parece que vivemos na era da informação, pais desavisados. "Onde Vivem os Monstros" não é um filme infantil. Apesar de ser a adaptação de um dos livros mais vendidos da história direcionado aos miúdos, o filme trata de temas que passam longe de ser entendidos pelas crianças menores, como solidão, preconceito e incompreensão. E isto fica claro logo nos primeiros minutos do longa, pois a montagem não é totalmente contínua, como se espera em uma produção destinada ao público infanto-juvenil.

No entanto, para os adultos, o filme é como um retorno a infância, uma fuga destes tempos loucos que vivemos, uma forma de tentar acreditar que ainda podemos driblar os problemas e nos refugiar de forma intensa em nossa imaginação. Fica difícil não se emocionar, principalmente com a ajuda da trilha musical, que é um espetáculo à parte.

Voltar a ser criança a muito tempo não era tão gostoso no cinema.

Cotação: ***

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