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Mostrando postagens de março, 2012

Crítica: Fúria de Titãs 2

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Ray Harryhausen não deve estar nada satisfeito do rumo que uma das suas maiores criações para o cinema tomou na moderna época dos efeitos digitais milionários de Hollywood. O caldo começou a ser entornado em 2010, quando Fúria de Titãs, remake do clássico de stop-motion de 1981, chegou aos cinemas com pompa de blockbuster, trazendo o ator badalado do momento ( Sam Worthington, que fez sucesso com Exterminador do futuro - a salvação e Avatar) como protagonista, grandes astros como coadjuvantes, cenários e figurinos exagerados e efeitos especiais grandiosos. No entanto, o roteiro estava jogado para escanteio. Não fosse o 3D convertido horroroso que manchou sua reputação, Fúria de Titãs poderia ter se saído um pouco melhor (embora os ingressos caros da nova tecnologia tenham contribuído para a sua bilheteria mundial, que quase chegou ao meio bilhão de dólares). A obra de Harryhausen parecia ter ficado para trás na memória dos cinéfilos, pois não possuía o prestígio crítico, por exemplo,

Pôster da semana: Dark Shadows, de Tim Burton (EUA, 2012)

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Crítica: Jogos Vorazes

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É um pouco injusta esta tentativa dos executivos de Hollywood de encontrar um substituto para as franquias milionárias de Harry Potter ou Crepúsculo. Essa novela já teve um final infeliz recentemente, quando os filmes que prometiam ser um novo O senhor dos anéis (o injustiçado A bússola de ouro e o fraco Eragon ) naufragaram sem dó nem piedade nas bilheterias, deixando os fãs dos livros órfãos das adaptações seguintes, e histórias incompletas para quem não conhecia o material original. Parece que podemos estar diante de uma nova séria cinematográfica que vai deixar este trauma para trás. Contanto com uma mitologia tão interessante quanto a do menino bruxo e uma história de amor melosa para agradar também as adolescentes com hormônios em ebulição que amam os vampiros porpurinados de Stephanie Meyer, Jogos Vorazes chega aos cinemas com uma fome voraz para atacar de assalto as bilheterias em todo o mundo. Não apenas por representar um dos maiores fenômenos literários atuais, Jogos Vorazes

Crítica: Shame

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O cinema americano sempre foi especialista em buscar no mundo os melhores profissionais para brilharem em sua milionária indústria. Com os atores não é diferente, e Michael Fassbender é um deles. O alemão começou a impressionar já em seu primeiro trabalho em Hollywood, como o soldado Stelios em 300. A fama se tornou maior ao fazer parte da gangue de Tarantino em Bastardos Inglórios, em que teve oportunidade de atuar em sua língua pátria. Mas foi em X-men Primeira Classe que o gostinho do sucesso se tornou mais evidente ao entregar uma memorável atuação como o mutante Magneto. Parecia que a consolidação da carreira do ator se daria no mundo dos blockbusters, mas felizmente isso não ocorreu. E a prova são os contundentes trabalhos que ele realizou em Um método perigoso, de David Cronenberg, e neste excelente e pesado drama Shame. O segundo filme do diretor Steve McQueen discute a questão da compulsão sexual sem ter medo de ser polêmico. Fassbender vive Brandon Sullivan, um homem bem suc

Crítica: John Carter

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A Disney não costuma errar na estratégia de marketing e distribuição de seus filmes, mas sempre tem uma primeira vez. Uma pena que justamente com um trabalho promissor de um grande diretor - Andrew Stanton, o gênio da Pixar por trás de obras primas como Wall-e e Procurando Nemo - os executivos da casa do Mickey tenham errado a mão e feito uma verdadeira lambança. John Carter merecia muito mais do que o fracasso retumbante que se tornou nos cinemas. O primeiro erro talvez tenha sido de timing. O livro de Edgar Rice Burroughs (autor, também, de Tarzan ) é um dos mais cultuados romances de ficção científica, e ao longo dos tempos amargou o esquecimento enquanto o gênero se tornava tão popular na sétima arte. Depois de Avatar, a história do cowboy que vai parar magicamente no planeta Barsoon (ou Marte, como é conhecido pelos seres humanos) ficou ainda mais datada e desinteressante para o grande público. Como apenas efeitos especiais de ponta não salvam um filme hoje em dia, o lança

Crítica: Sete dias com Marilyn

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Interpretar um ícone não é nada fácil. Se este ícone for Marilyn Monroe, então, nem se fala. Mas Michelle Williams aceitou o desafio, e não teve que ficar apenas parecida fisicamente com a diva, mas também mostrar a sensualidade que aflorava de cada poro da mulher mais desejada da história do Cinema americano. Vitória para a atriz, derrota para o irregular Sete dias com Marilyn. A intenção de homenagear a musa foi boa, mas a história contada não faz as honras como deveria. O filme se passa na Inglaterra da década de 50, e relata o suposto caso de amor entre a atriz e um ajudante do ator Laurence Olivier (vivido com maestria por Kenneth Branagh), durante as filmagens de O Príncipe Encantado. Eddie Redmayne, ator inglês oriundo da TV, não convence como o protagonista, e o fato de seu personagem ter a maior parte das cenas do filme (Marilyn, acredite, é quase uma coadjuvante) não ajuda nem um pouco. O diretor estreante no Cinema Simon Curtis até tentou dar algum frescor à trama, mas o arg