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Mostrando postagens de março, 2011

Critica: Sem Limites

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Trabalhar com um orçamento mais minguado não significa dizer que você fará um filme pior do que qualquer outro; talvez, sim, o correto seja dizer um filme menor . Mesmo assim, o cineasta não deve ser passivo e deixar de acreditar na força de sua obra. Neil Burger, se escutou este tipo de conselho, fez o trabalho de casa direitinho em Sem limites. O filme produzido pelo astro Bradley Cooper - que também atua no longa - é uma surpresa pra lá de bem vinda. Justificando minha afirmação: o diretor desenvolve com excelente ritmo uma trama bem elaborada pelo roteirista Leslie Dixon ( Hairspray, Thomas Crow), baseada no romance homônimo sobre um cara que vê sua vida se transformar da noite para o dia depois de tomar uma pílula milagrosa que faz com que ele utilize sua atividade cerebral em 100%. Parece vindo de histórias em quadrinhos, você poderia dizer. E em alguns momentos, esta semelhança fica ainda mais evidente, como quando o personagem se sai maravilhosamente bem em uma briga que evitou

Critica: VIPs

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Não é de se estranhar que Hollywood tenha percebido a existência de Wagner Moura. Tem quem diga que foi por causa de seu personagem mais famoso, o Capitão Nascimento dos dois Tropa de Elite. Besteira pura. Ao assistir VIPs, fica muito claro que o seu talento camaleônico é sua grande carta na manga. Você precisa de apenas alguns minutos para distanciar a atuação de Wagner da de qualquer outro personagem que o ator tenha interpretado. Tem muito astro que leva anos para fazer a mesma coisa, e outros que sequer conseguem fazê-lo em toda a carreira (que se torna curta, por motivos óbvios). Falar de VIPs é sim perder muito tempo falando do ator baiano, que é a alma do filme do diretor Toniko Melo. VIPs conta a história de Marcelo da Rocha, um golpista que ficou famoso por passar a perna em uma grande quantidade de celebridades, fazendo-se passar pelo herdeiro da Gol, Henrique Constantino. As melhores cenas do longa, aliás, são as que mostram o "talento" do sujeito, que se torna pi

Critica: Sucker Punch - Mundo Surreal

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Dá gosto quando assistimos um filme de um diretor que tem seu estilo e sabe aproveitar-se muito bem dele. Zack Snyder é um exemplo excelente. O diretor desfrutou bem das experiências que teve em seus últimos trabalhos que foram baseados em graphic novels - 300 e Watchmen - para então partir em seu vôo solo mais importante: a criação de algo totalmente novo, mais com a mesma dose de lirismo pop dos seus projetos anteriores. Assim surgiu Sucker Punch - mundo surreal, uma verdadeira salada pop temperada à gosto e que deve agradar em cheio o público masculino sedento por cenas espetaculares de ação, efeitos especiais mirabolantes e mulheres fatais. Para aproveitar uma sessão de Sucker Punch você precisa entrar no clima do filme e aceitar a proposta do diretor. O subtítulo nacional não poderia ser mais pertinente. Longe de tentar seguir uma narrativa comum, Zack Snyder leva o público para uma viagem insana a mente de uma garota que, para fugir dos fantasmas que assolam sua vida, refugia-s

Crítica: Não me abandone jamais

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No mundo atual, os valores humanos tem sido deixados a escanteio, e sobrepujam-se os sentimentos individualistas, como o egoísmo, a intolerância, o preconceito. É impossível não começar este texto sem um pouco de melancolia. O diretor Mark Romanek escolheu uma forma única de apresentar esta dura realidade através da adaptação do romance de Kazuo Ishiguro, autor do também magnífico Vestígios do dia. O trabalho mais recente do autor não teve medo de ser polêmico e abordou uma questão ética de arrepiar os pelos da nuca dos mais sensíveis. Como cinema, Não Me Abandone Jamais mexe com as emoções de maneira extraordinária, e as questões que discute devem ficar na cabeça do público por muitos e muitos dias. O excelente trabalho de adaptação realizado pelo roteirista Alex Garland, que anteriormente havia trabalhado com Danny Boyle em filmes como A Praia e Extermínio , confere um grau de profundidade e maturidade para o tema de uma forma que não se vê a muito tempo no cinema inglês. O roteiro

Comentários: Oscar 2011

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Demorei um pouco para falar da cerimônia do Oscar 2011 aqui no meu blog. Me dêem um desconto, ainda estou saindo da ressaca de férias + carnaval. De qualquer maneira, muito pouco tem que se comentar sobre a cerimônia, que prometia ser disputada e imprevisível e acabou sendo por demais previsível. James Franco e Anne Hataway não convenceram como apresentadores. Ele mais do que ela, que nitidamente ao menos se esforçou. A postura blasé de Franco e seu ar nitidamente incomodado por estar ali deixaram o clima, digamos, estranho. Os poucos momentos de brilho era quando outros astros entravam em cena para a apresentação das categorias. Os resultados? O discurso do rei saindo como vencedor da noite acabou sendo o esperado, considerando as últimas semanas pré-Oscar em que o filme havia por demais crescido entre os demais pelos diversos prêmios dos sindicatos que havia recebido. Mas um dos prêmios não consigo aceitar: o de melhor direção para Tom Hooper. Em um ano que se tinha a chance de premi

Critica: Invasão do mundo - Batalha de Los Angeles

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Depois de Distrito 9, vai ser difícil levar a sério qualquer filme de invasão alienígena. Neill Blomkamp elevou de tal maneira o nível deste estilo cinematográfico que, a partir de agora, você sempre espera se deparar com algo pelo menos próximo da originalidade da ficção científica de 2009. Não é o caso deste Invasão do mundo - Batalha de Los Angeles. Já desenvolvido em meio há processos judiciais, pois os produtores afirmaram que o fracassado Skyline - a invasão teria plagiado idéias do filme de Jonathan Liebesman, Invasão do mundo - Batalha de Los Angeles tem muito pouco de ficção científica; trata-se, indiscutivelmente, de um barulhento veículo de promoção das forças armadas americanas, em especial das equipes de fuzileiros navais. O visual do filme deixa a desejar para quem espera encontrar efeitos especiais inovadores, o que considerando o orçamento gordo do filme, era realmente o esperado. Longe de apresentar idéias originais, a narrativa repete os clichês comuns em filmes de gu

Critica: Em um mundo melhor

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Desde As invasões bárbaras a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood não estava acertando a mão ao premiar o melhor filme estrangeiro. Várias foram as grandes produções que passaram longe sequer de indicação na categoria - como o Espanhol Fale com ela, o Romeno 4 meses, 3 semanas e 2 dias, ou o Sueco Deixa ela entrar - ou que foram indicadas e saíram de mãos vazias - A fita branca seria o mais significativo exemplo. Não é estranho que todos estes filmes citados sejam Europeus. O cinema do velho continente está passando por um momento excelente. E entre tantas cinematografias, não poderia deixar de citar o grande momento do cinema escandinavo. O drama Em um mundo melhor é mais uma grande produção da escola Dinamarquesa. O filme toca em temas difíceis, como preconceito, violência sexual e a dificuldade de aceitação. A diretora Susanne Bier, que já trabalhou em Hollywood e havia demonstrado seu talento no drama As coisas que perdemos pelo caminho, desenvolve a narrativa

Pôster da semana: Kung Fu Panda 2 (EUA, 2011)

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Critica: Gnomeu & Julieta

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Foi-se o tempo em que a Disney investia em projetos animados que não fujiam do lugar comum. Basta notar o histórico recente das animações do estúdio; os temas batidos são coisa do passado pouco memorável de fracassos como Atlantis, o reino perdido e Nem que a vaca tussa. Dá para entender o motivo deste antigo projeto ter sido descartado pela Disney. Gnomeu & Julieta não traz nenhuma novidade, mas vai entreter a criançada pelo colorido da animação e no máximo tirar sorrisos amarelos dos adultos. A premissa já não é das mais criativas: um grupo de anões de jardim que, fora das vistas humanas, ganha vida e apronta confusões ( Toy Story, certo?), tem sua rotina de rivalidade abalada quando surge uma repentina paixão entre dois deles, um azul, Gnomeu (eita trocadilho infame...), e uma vermelha, Julieta. Como já é esperado desde o prólogo para lá de sem graça, os gnomos tentarão dar um final diferente para a clássica história de William Shakespeare. O diretor Kelly Asbury, que no passado

Critica: Rango

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Mesmo quem tem uma certa birra com a série de filmes Piratas do Caribe tem que tirar o chapéu para Gore Verbinski. O diretor conseguiu transformar o brinquedo da Disneylandia em uma franquia lucrativa, com um dos filmes figurando na seleta lista de maiores bilheterias mundiais da história. Tudo bem que a atuação inspirada de Johnny Depp como o pirata Jack Sparrow ajudou - e muito! - o sucesso dos bucaneiros, mas é fato que o diretor teve visão e soube levar o projeto. Em sua primeira incursão pela animação, Verbinski mostra que realmente é um visionário. Não bastasse criar uma história animada no velho oeste - algo totalmente inusitado no gênero - ainda conseguiu um visual deslumbrante e diferente para sua galeria de personagens, o que faz de Rango, desde já, um marco no cinema animado. Contando a história de um lagarto de aquário que se perde em um deserto americano, Rango tem tudo que os fãs de animação podem querer: um roteiro enxuto e bem elaborado, bons personagens coadjuvantes e