Crítica: Amor sem escalas

Na década de 80, Ivan Reitman divertia o mundo com uma comédia esperta que marcou época, Os caça fantasmas. Hoje anda afastado da direção, mas continua atrás das câmeras como produtor executivo. Nada como uma forcinha da família, e Jason Reitman que o diga. Junto com Ivan, realizou alguns filmes interessantes - como os recentes Obrigado por fumar e Juno. Mas agora consegue atingir a perfeição com o excelente Amor sem escalas.


Os dois filmes anteriores do diretor, já citados, mostravam personagens comuns e cenas do cotidiano, em que era facilmente possível se identificar ou identificar algo, seja os tipos, seja alguma das situações. Amor sem escalas também caminha nesta direção. É um filme atual, com uma crítica social áspera - também presente nos filmes anteriores - mas com uma mensagem que foge do óbvio e que é o grande trunfo de um roteiro genial.

O filme já começa de maneira marcante, situando o espectador no "ambiente" em que vive o protagonista (George Clooney, finalmente conseguindo fugir da habitual canastrice). A montagem é um artifício usado com maestria; repare bem na genialidade dos 5 minutos iniciais. Mas é quando Vera Farmiga e Anna Kendrick entram em cena que o show se completa. As atrizes entregam atuações fantásticas, com personagens que em mãos de atrizes menos talentosas com certeza não teriam a mesma profundidade.

Acompanhando o filme, é fácil pensar que cairemos no clichê tão comum das comédias românticas. Outro ponto para Amor sem escalas. O final não é previsível, muito pelo contrário. A comédia envereda para o drama, sem apelações ou cenas fáceis. O texto trabalha de maneira concisa e muito eficiente conceitos complicados como vida familiar, solidão, carreirismo e mediocridade. Esta última, aliás, é em minha opinião o mote do filme. Você conseguirá com certeza identificar pessoas próximas de você que pensam como Ryan Bingham.

Amor sem escalas é um daqueles raros filmes que fazem você refletir sobre a sua vida. A crise econômica já passou? Não sei dizer. Mas para o cinema ela está mais presente do que nunca.

Cotação: ****

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