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Mostrando postagens de março, 2013

Crítica: Dentro da casa

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François Ozon gosta de enganar a platéia com seus suspenses com roteiros bem construídos e cheios de reviravoltas. Com 8 mulheres, ele misturou comédia e musical na história de um grupo de mulheres que se envolve em um crime em seu seio familiar bem ao estilo dos contos de Agatha Christie; em  À beira da piscina, ele conta a história de uma escritora em crise criativa que, ao passar uma temporada na casa de seu editor, tem uma convivência cheia de turbulências e ambiguidades com sua filha adolescente, que muda os rumos de seu livro e da sua própria vida; e no recente Potiche, discutiu sexismo e o papel da mulher no mercado de trabalho com coragem suficiente para quebrar o paradigma do sexo frágil. Era de se esperar que seu filme seguinte tratasse de algum assunto polêmico e viesse com alguma surpresa. Dentro da casa, que é adaptação de uma peça teatral homônima de Juan Mayorga, tem tudo que o diretor gosta para fazer sua conhecida mistura de gêneros - aqui, temos doses homeopáticas de

Trailer: Homem de Ferro 3

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A Marvel inicia sua 2 a fase no cinema com o herói que tornou possível a consolidação de seu Universo nas telas grandes: Homem de Ferro 3 promete ser tão grandioso quanto Vingadores e vem cercado de expectativas, atendendo a um desejo dos fãs (a inclusão do vilão Mandarim) e deixando no ar uma pergunta: qual será o gancho da vez para a continuação das adaptações da Marvel nos cinemas? Guardiões da Galáxia? Vingadores 2? Saberemos no dia 26 de abril. 

Crítica: Jack, o Matador de Gigantes

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Rótulos são prejudiciais de uma forma geral, e os filmes não ficam de fora dessa. Em uma época em que virou moda as adaptações de contos de fadas com um viés sombrio, o público começou a olhar com desconfiança qualquer produção do gênero que estivesse sendo produzida. Neste ponto, o novo trabalho de Bryan Singer teve ainda mais um revés: sua estréia foi adiada por mais de uma vez, o que nem sempre é um sinal positivo. Só mesmo isso pode explicar o fracasso retumbante desta aventura bacana que é Jack, o matador de gigantes. A conclusão é que Bryan Singer anda mesmo com pouca sorte. Depois do excelente X-men 2, o diretor não conseguiu mais acertar. Sua revisão do Superman se tornou um dos filmes mais entediantes da história - quase colocando o herói novamente no limbo cinematográfico - e o drama Operação Valquíria com Tom Cruise não fez o sucesso que era esperado.  Jack, o matador de gigantes seria a primeira experiência com o 3D, e o atraso na estréia se deu justamente para apr

Pôster da semana: "Dentro da Casa", de François Ozon (França, 2012)

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Crítica: G.I. Joe - Retaliação

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A Hasbro ainda não conseguiu se firmar no Cinema. Apesar do sucesso comercial da franquia Transformers, os filmes dos robôs gigantes carregam mais detratores que fãs, e não andam empolgando mesmo no aspecto técnico no qual deveriam chamar mais atenção - os efeitos especiais. Battleship foi um fracasso em 2012 devido à pretensão do estúdio em apostar quase 250 milhões de dólares em uma superprodução baseada em um jogo de tabuleiro com um elenco de atores jovens quase desconhecidos, que ainda teve o azar de topar com um certo Vingadores na mesma época nos cinemas; ou seja, erro básico de estratégia. E G.I. Joe fez um sucesso mediano com uma trama bobinha e tendo como protagonista um sempre robótico Chaning Tatum. Mas a empresa ainda acreditava em seus Comandos em Ação. Tanto que quis apostar no potencial para um bom filme de ação que tinham os personagens e resolveu chamar Dwayne Johnson e Bruce Willis para se integrarem ao elenco na segunda parte da aventura, que respeita (até cert

Crítica: Os Croods

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O grande desafio quando um cineasta resolve enveredar por um tema que já tem muito material pré-existente é conseguir ser original. Bem, Chris Sanders merece crédito: o animador já entregou filmes como Lilo & Stitch e Como treinar seu dragão, além de ter participado de alguma forma técnica em clássicos como A Bela e a Fera, O Rei Leão e Aladdin. Pode-se dizer que o cara, hoje, é o mais prestigiado profissional na equipe da Dreamworks Animation. Em um ano em que o estúdio prometia três animações - as outras duas seriam Turbo , sobre um Caracol de corrida, e Mr. Peabody & Sherman, baseado em um livro de grande sucesso nos EUA, mas que foi adiado para o ano que vem, a desconfiança com Os Croods era bem grande. Em parte, pois sabia-se que o diretor estava envolvido em um projeto mais ambicioso, a esperada continuação do sucesso Como treinar seu dragão, que estréia em 2014. Pensava-se que o filme estava sendo tratado como um projeto em paralelo, sem a devida atenção. Pois enganou-s

Crítica: A Caça

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O Cinema Dinamarquês teve seu momento de glória durante o movimento Dogma 95, que foi liderado, dentre outros, por Thomas Vinterberg. O diretor, que conquistou prestígio e reconhecimento internacional com o festejado Festa de Família (vencedor, dentre outros prêmios, do festival de Cannes de 98), não conseguia um outro grande sucesso até entregar este A Caça . Consagrado em Cannes e outros festivais com prêmios de roteiro e atuação para seu protagonista (Mads Mikkelsen), A Caça é um filme que vem para mostrar que o Cinema produzido na Escandinávia está, realmente, dando um banho em muitas outras escolas tradicionais Europeias. Esta co-produção Sueca e Dinamarquesa - dobradinha que já havia sido vitoriosa em 2010 com o vencedor do Oscar de filme estrangeiro Em um mundo melhor - é um trabalho memorável, um pesado drama social que toca em temas bastante atuais e relevantes em nossa sociedade. Mads Mikkelsen é Lucas, um quarentão divorciado que está reconstruindo sua vida longe do filho

Pôster da semana: Mama, de Andrés Muschietti (EUA, 2013)

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Pôster da semana: "Oblivion", de Joseph Kosinski (EUA, 2013)

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Crítica: Anna Karenina

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Quando Joe Wright anunciou que estava trabalhando em uma nova adaptação do romance clássico de Liev Tolstói, confesso que fiquei empolgado, pois era no mínimo curioso saber o que o diretor por trás de trabalhos esmerados de reconstituição histórica como Orgulho e preconceito e Desejo e reparação faria com o texto carregado de temáticas sociais da Rússia Czarista que se desenrolava a partir da história de um caso extra-conjugal de uma aristocrata. Mas o excesso de expectativa gerou um pouco de frustração. Da mesma forma do que muitas das adaptações antecessoras, Anna Karenina de Joe Wright concentra seu foco no triângulo amoroso entre a personagem título, seu amante, Vronsky, e o marido, Karenin, deixando praticamente de lado todo o potencial que a obra do autor de Guerra e Paz possui. Essa escolha de Wright dá a Anna Karenina o status de um filme de romance com uma espetacular produção de arte. E coloque espetacular nisso. Como já se tornou referência em todos os seus trabalhos de é

Crítica: A parte dos anjos

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Ken Loach é um dos cineastas europeus mais politizados em atividade atualmente. Ao contrário de outros colegas engajados como, por exemplo, Spike Lee, ele não faz ataques gratuitos e nem defende este ou aquele lado ao contar suas histórias. Ele expõe dramas, revela mazelas dos grandes centros urbanos da Grã-bretanha e quase sempre carrega um discurso sócio-político nas entrelinhas, de forma discreta, mas não menos eficiente. Seu mais novo trabalho, A parte dos anjos, acaba sendo um de seus filmes mais leves. Vencedor do prêmio do júri no último Festival de Cannes, esta comédia com toques dramáticos ambientada no subúrbio de Glasgow, na Escócia, levanta questões bastante atuais sobre a realidade européia e ainda aproveita para dar uma aula sobre a bebida típica do país das kilts: o whisky.  A paixão de Ken Loach pela bebida escocesa é a força motriz do roteiro de A parte dos anjos. Por sinal, o título no original ( Angel´s share ) é exatamente a expressão que representa o percentual

Crítica: Oz, Mágico e Poderoso

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O clássico de Victor Flemming O Mágico de Oz, que chegou aos cinemas em 1939, é um dos mais queridos filmes de todos os tempos. Ele fez parte da infância de gerações e gerações de crianças que viajaram junto com Dorothy e Totó ao mundo mágico onde sonhos se tornavam realidade, sapatinhos eram feitos de rubi e as bruxas podiam ser do bem ou ser do mal. A simples menção de um remake do clássico causava furor nos fãs da obra em todo o mundo, e o filme se manteve intocado até hoje. Mas nem por isso seu legado permaneceu fora do radar dos executivos do ramo de entretenimento nos EUA. O musical baseado no clássico era um sucesso sempre que era montado na Broadway, e o fenômeno se tornou ainda maior em 2003, quando Wicked chegou aos palcos contando a história das bruxas de Oz, baseado no livro homônimo de 1995, do escritor Gregory Maguire. A partir daí, vários projetos envolvendo O Mágico de Oz foram tomando forma, e a Disney, embalada pelo sucesso de Alice no País das Maravilhas e de outras

Pôster da semana: Tá chovendo Hambúrguer 2, de Cody Cameron e Kris Peam(EUA, 2013)

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Crítica: Hitchcock

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Alfred Hitchcock é uma das maiores lendas do cinema americano. O mestre do suspense, autor de obras imortais como Um corpo que cai, Janela Indiscreta, Festim Diabólico, Os pássaros e Psicose, mesmo com todo o seu talento e reconhecimento da crítica mundial, jamais foi premiado com um Oscar pela realização de um de seus filmes, recebendo apenas um prêmio honorário pela carreira.  Apesar de ignorado pela Academia, o mesmo não se pode dizer dos colegas de profissão: Hitchcock já recebeu diversas homenagens de colegas cineastas, seja em referências explícitas (M. Night Shyamalan é um notório discípulo), plágios descarados ( Paranóia, uma cópia de Janela Indiscreta com temática teen que ainda gera processos até hoje) ou até uma refilmagem de seu maior clássico ( Psicose de Gus Van Sant, uma das maiores atrocidades já cometidas por Hollywood). Mas o que ainda não havia acontecido era um filme que fizesse um retrato justo da sua personalidade nada convencional. Pois a espera acabou c