Crítica: Os Croods

O grande desafio quando um cineasta resolve enveredar por um tema que já tem muito material pré-existente é conseguir ser original. Bem, Chris Sanders merece crédito: o animador já entregou filmes como Lilo & Stitch e Como treinar seu dragão, além de ter participado de alguma forma técnica em clássicos como A Bela e a Fera, O Rei Leão e Aladdin. Pode-se dizer que o cara, hoje, é o mais prestigiado profissional na equipe da Dreamworks Animation.

Em um ano em que o estúdio prometia três animações - as outras duas seriam Turbo, sobre um Caracol de corrida, e Mr. Peabody & Sherman, baseado em um livro de grande sucesso nos EUA, mas que foi adiado para o ano que vem, a desconfiança com Os Croods era bem grande. Em parte, pois sabia-se que o diretor estava envolvido em um projeto mais ambicioso, a esperada continuação do sucesso Como treinar seu dragão, que estréia em 2014. Pensava-se que o filme estava sendo tratado como um projeto em paralelo, sem a devida atenção. Pois enganou-se quem achava que o produto final seria ruim: Os Croods é uma divertida comédia que vai agradar crianças e adultos.


Para começar, é importante frisar que Chris Sanders não quis, aqui, trabalhar o lado sentimental das recentes animações que estão fazendo tanto sucesso junto à critica especializada. Os Croods é um filme feito para divertir, na linha de Madagascar e Shrek, e embora tenha lições de moral e conceitos como união familiar, não perde tempo com dramalhões. A história é ágil, a animação é bela e os personagens, caricatos e engraçados, bem ao estilo peculiar do diretor. 

Os Croods conta a história de Grug, um troglodita que faz de tudo para manter sua família - a mulher, os três filhos e a sogra (a última, com ressalvas) - salvos dos perigos de um mundo ainda hostil para os seres humanos. Mas quando a filha mais velha, cansada de viver escondida na escuridão das cavernas, sai a procura de novidades e encontra Guy, um garoto nômade que usa sua esperteza para se safar dos perigos que o cercam, eles acabam juntos em uma aventura rumo a uma terra onde estariam salvos da eminente tragédia que alteraria o mundo que eles conheciam completamente.

Não espere encontrar alguma semelhança com Os flintstones ou A era do gelo. Os Croods carrega uma dose de originalidade e frescor que ajuda demais no decorrer da história. Os efeitos em 3D são poucos - por isso, se preferir, não é necessário gastar mais para assistir o filme na tecnologia - mas o visual do mundo pré-histórico é excelente. O diretor aptou, também, por não cometer certas irregularidades científicas, como, por exemplo, colocar dinossauros nesta era onde vive a família de Grug. Obviamente que existem os exageros necessários para contar a história, mas este cuidado já ajuda a levar o filme um pouco mais a sério. Não que isto tenha tanta importância.

Um ponto bastante relevante de Os Croods é ressaltar o excelente elenco de atores que foi escolhido para representar os personagens. Emma Stone é sempre um colírio, e mesmo sem aparecer, deixa sua beleza transparecer como a brutamontes Eep, e consegue até suavizar a personagem. E Nicolas Cage pinta e borda como Grug, neste que é seu melhor filme (e provavelmente melhor personagem) desde o excelente Senhor das Armas.

Os Croods não tem a intenção de ser uma revolução na animação, mas faz o que o cinema animado tem como objetivo primordial: divertir. Uma sessão cheia de risadas é praticamente garantida. E a Dreamworks, que adora sequencias, tem mais um ás na manga para uma franquia no futuro. Tudo vai depender das bilheterias.

Cotação: ***

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