Crítica: Sete dias com Marilyn

Interpretar um ícone não é nada fácil. Se este ícone for Marilyn Monroe, então, nem se fala. Mas Michelle Williams aceitou o desafio, e não teve que ficar apenas parecida fisicamente com a diva, mas também mostrar a sensualidade que aflorava de cada poro da mulher mais desejada da história do Cinema americano. Vitória para a atriz, derrota para o irregular Sete dias com Marilyn.


A intenção de homenagear a musa foi boa, mas a história contada não faz as honras como deveria. O filme se passa na Inglaterra da década de 50, e relata o suposto caso de amor entre a atriz e um ajudante do ator Laurence Olivier (vivido com maestria por Kenneth Branagh), durante as filmagens de O Príncipe Encantado. Eddie Redmayne, ator inglês oriundo da TV, não convence como o protagonista, e o fato de seu personagem ter a maior parte das cenas do filme (Marilyn, acredite, é quase uma coadjuvante) não ajuda nem um pouco.

O diretor estreante no Cinema Simon Curtis até tentou dar algum frescor à trama, mas o argumento realmente não convence. As melhores passagens do longa são as que mostram Marilyn e seu estilo exagerado de ser em uma glamourosa Hollywood, um período clássico na cidade do cinema que muito cinéfilo mataria para poder ter vivido. O erro cometido pelos produtores é parecido com o que ocorreu em A dama de ferro, que ao invés de valorizar a faceta mais famosa da homenageada, preferiu se focar nas suas fragilidades e mostrar um lado mais humano. Curioso que as duas atrizes dos projetos em questão tenham se enfrentado no mesmo ano no Oscar.

Michelle e Branagh seguram o filme como podem, assessorados por um grandioso elenco coadjuvante, dentre os quais destacam-se Julia Ormond, que vive uma adorável Vivien Leigh, Judi Dench e Emma Watson, em seu primeiro trabalho após o final da franquia Harry Potter, em que viveu Hermione Granger.

O melhor em Sete dias com Marilyn é mostrar um pouco mais dos bastidores do mundo do cinema. Mostrando detalhes da produção de O Príncipe Encantado, inclusive os diversos problemas enfrentados pela equipe por conta dos caprichos exigidos por Marilyn através de seu empresário e sua professora de atuação, o filme faz um retrato interessante do que está por trás das câmeras e acaba sendo o grande atrativo deste projeto.

Sete dias com Marilyn pode ser enquadrado naquela situação de filme feito para alçar as estrelas e que morreu na praia devido aos seus próprios defeitos. Embora o sucesso de crítica pelo bom trabalho dos atores tenha ajudado muito - além do saudosismo de homenagear uma época áurea do Cinema - isto é pouco para salvar um filme de ser comum. Sem querer, Simon Curtis acabou fazendo mais um trabalho de televisão, como os anteriores.

Cotação: **

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