Crítica: It Capítulo 2

O cinema de horror hollywoodiano vive de altos e baixos. Alguns bons momentos recentes vieram de franquias originais de custo muito baixo e incrivelmente bem sucedidas nas bilheterias (Jogos Mortais, Invocação do Mal e Atividade Paranormal são bons exemplos). Os piores momentos foram em sua maioria de remakes ou reinvenções de sucessos do passado (PsicoseHalloween e o recente Brinquedo Assasino corroboram esta indagação). Mas um destes remakes mostrou que era possível revitalizar uma grande obra sem perder seu brilho original; sim, estamos falando de It, a Coisa.

It, uma obra prima do medo adaptou na década de 80 o livro de Stephen King e fez muito sucesso, tornando o palhaço Pennywise um ícone do terror. Quando o remake deste clássico foi anunciado, a primeira reação dos fãs foi de desconfiança. Mas a excelente direção de Andy Muschietti aliada a um roteiro bem amarrado e um grande elenco fizeram de It, a coisa uma grata surpresa, que trouxe a revitalização que o gênero de horror precisava, aliando esmero técnico com uma trama que misturava suspense e aventura.



Com todos estes predicados, a sequência de It, a coisa se tornou um dos filmes mais esperados dos últimos anos. Talvez esse excesso de expectativa seja o maior problema com It, capítulo 2, já que os melhores momentos do livro de Stephen King já haviam sido adaptados na primeira parte.

It, capítulo 2 não consegue causar o mesmo impacto que seu antecessor, mas isto não é culpa apenas da história que está sendo contada. Algumas das escolhas narrativas do longa não foram bem sucedidas, e quem mais sofre com isto é Pennywise, novamente interpretado por Bill Skarsgård. Diferente do primeiro filme, há aqui pouco espaço para a atuação física do ator, substituído em grande parte pelos efeitos visuais. Este exagero de CGI torna o palhaço algumas vezes menos ameaçador do que poderia ser, e seus melhores momentos são aqueles em que Skarsgård está de corpo presente em cena.

A direção de Andy Muschietti também é um problema em It, capítulo 2. Se a cena inicial deixa a plateia atônita pelo que está por vir graças à violencia extrema, em seguida a utilização de um humor desajeitado faz o filme perder completamente o tom. Não são viradas bem construídas como no antecessor, e mesmo com excelentes atuações de Bill Hader e James Hansome (as versões adultas de Richie e Eddie), os personagens não conseguem ser tão carismáticos quanto as contrapartes mirins. Não é segredo que os melhores momentos do segundo ato acontecem exatamente quando são mostrados flashbacks e o elenco mirim tem novamente a chance de brilhar. 

It, capítulo 2 não é memorável, mas fecha de forma satisfatória uma das melhores histórias de terror a surgir nas telonas atualmente.

Cotação: **

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crítica: O Lorax - Em busca da Trúfula perdida

Crítica: Os Pinguins de Madagascar

Maiores Astros da Pixar