Crítica: Tomb Raider - A Origem
A Indústria de Games se consolida cada vez mais como uma das mais importantes do mundo. Desde 2007, tem tido um faturamento maior que a poderosa Indústria Cinematográfica de Hollywood. Em 2013, o jogo Grand Theft Auto V quebrou recordes, obtendo um ganho de U$S 1 bilhão em apenas três dias após o seu lançamento, algo impensável hoje até para blockbusters do calibre de Star Wars ou do Universo Cinematográfico da Marvel.
Com números tão impressionantes, não é de se estranhar que Hollywood vez ou outra tente emplacar uma adaptação de videogames para a tela grande. O reconhecimento de crítica até hoje não chegou para o gênero, mesmo com alguns sucessos de bilheteria como Warcraft (U$S 433 milhões), Príncipe da Pérsia (U$S 336 milhões) e Lara Croft: Tomb Raider (U$S 274 milhões).
Tomb Raider - A Origem vem para revitalizar a franquia Tomb Raider, e é o mais novo capítulo desta novela que são as adaptações cinematográficas de games.
Apesar de ser uma das maiores bilheterias do gênero, o primeiro Tomb Raider e sua sequencia não conseguiram empolgar ninguém, mesmo com Angelina Jolie como protagonista. Dito isto, Tomb Raider - A Origem já nasce com a tarefa de superar os antecessores, tendo agora a oscarizada Alicia Vikander como Lara Croft. A atriz de A garota dinamarquesa trocou os pesados figurinos de época pelas facas, os arcos e as flechas da sensual arqueologista, com uma pegada bem menos provocante que sua versão original nos games na década de 90.
O filme de Roar Uthaug (A Onda) é livremente baseado no reboot de Tomb Raider lançado pela Square Enix em 2013. Na trama, Lara vai para uma ilha nos arredores do Japão para investigar o desaparecimento do pai, que procurava pela tumba de Himiko, uma sacerdotisa que carregava uma terrível maldição. Ao chegar no local, ela descobre que existem outras pessoas atrás do poder maléfico de Himiko, e precisará enfrentar uma poderosa organização secreta que quer dominar o mundo.
Tomb Raider - A Origem não traz nada de inovador na narrativa e tampouco no visual. Apesar do esforço da equipe de efeitos especiais para criar sequências de ação que remetam ao game - e causar no público o tal efeito gameplay - tudo parece muito artificial, e não ajuda o roteiro que usa e abusa de frases de efeito bobas e diálogos pouco inspirados. Mesmo com uma atuação física bastante eficiente de Vikander, todos os outros atores não demonstram a mesma seriedade e parecem atuar no automático. Walton Goggins, que representa o vilão Mathias Vogel, é o principal ponto fraco neste sentido, e não consegue transmitir para o público a sensação de ameaça que o roteiro exigia para seu personagem.
Dada a fraca concorrência, Tomb Raider - A Origem pode até ser considerada uma adaptação correta de um videogame. Como existe um gancho óbvio para uma sequência, vamos ver o que está sendo preparado para Lara Croft no futuro. Quem sabe a próxima aventura possa realmente nos surpreender.
Cotação: **
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