Crítica: Operação Red Sparrow

Francis Lawrence parece não ter enjoado da parceria com Jennifer Lawrence nos últimos três filmes de Jogos Vorazes, e eles repetem a dose nesta adaptação do romance Roleta Russa para o cinema. Mas se o diretor austríaco pareceu contido na franquia adolescente, em Operação Red Sparrow ele tem a chance de realizar um trabalho muito mais dinâmico e visualmente impactante que faz jus ao seu histórico na direção de videoclipes de estrelas da música pop.

O problema, entretanto, é que adaptar um romance tão rico em detalhes do submundo da espionagem - o autor, Jason Mattews, é um ex-funcionário do alto escalão da CIA - não é uma tarefa nada fácil para um filme de pouco mais de duas horas, e Operação Red Sparrow acaba decepcionando por não conseguir atingir o nível de excelência da obra original. 


O filme conta a história de Dominika Egorova, uma jovem e promissora estrela do Bolshoi que vê sua carreira ruir após ser vítima de sabotagem. Desesperada e com dificuldades em manter os cuidados da mãe adoentada, a jovem acaba cedendo à pressão do tio, vice-diretor do serviço secreto da Rússia, o SVR, e entra para a organização, sendo enviada à Escola de Pardais, um instituto onde homens e mulheres aprendem técnicas de sedução para fins de espionagem. Logo recebe a missão de ganhar a confiança do americano Nathaniel Nash, um jovem agente da CIA, e fazê-lo revelar a identidade de um traidor dentro da SVR.

Apesar de tecnicamente empolgante - principalmente nas sequências iniciais, em que se utiliza uma montagem alternada belissimamente executada para apresentar os protagonistas - Operação Red Sparrow tem alguns problemas de ritmo. O diretor prefere enveredar pelo suspense e deixa a ação um pouco de lado durante boa parte da narrativa, o que torna o filme cansativo principalmente durante o segundo ato. Além disso, não consegue desenvolver com eficiência alguns personagens, mesmo contando com grandes nomes como Charlotte Rampling e Jeremy Irons no elenco, e subaproveitá-los é um erro imperdoável. Jennifer Lawrence acaba segurando o filme nas costas, e não ajuda muito a atuação apagada de Joel Edgerton, que também prejudica a química entre o casal, fundamental para a história.

Operação Red Sparrow acaba sendo um filme de espionagem mediano, que insiste em alguns clichês já ultrapassados do gênero, e mesmo com a violência extrema de algumas sequencias deixa a impressão de que faltou ousadia para que se atingisse um resultado melhor no produto final.

Cotação: **

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