Crítica: 15h17 - Trem Para Paris

Não é de hoje que Hollywood busca em acontecimentos reais a fonte para o desenvolvimento de projetos cinematográficos, sejam eles descobertas científicas, biografias inspiradoras ou mesmo grandes tragédias. E com o terrorismo não é diferente. Grandes cineastas como Paul Greengrass e Oliver Stone já trabalharam o tema, e agora é a vez de Clint Eastwood se juntar a este grupo.

Mas a escolha de Eastwood é ainda mais interessante por se tratar de um caso relativamente recente, o atentado fracassado em um trem da Thalys que fazia uma viagem entre Amsterdã e Paris, em 2015, cujos heróis foram pessoas comuns, dentre eles três americanos que estavam na Europa à turismo. E é exatamente na história destes homens que o veterano diretor foca seu filme, optando pelos próprios para desempenharem seus papéis. 


15h17 - Trem Para Paris acompanha a vida desde a infância de Alek Skarlatos, Anthony Sadler e Spencer Stone, até o dia em que protagonizaram o ato heroico em território francês que salvou dezenas de vidas. Mas o que poderia ser um curta metragem interessante acaba por tornar-se um longa entediante que tem muito pouco a mostrar até o excelente terceiro ato, e cuja ausência de atores profissionais nos papéis principais causa incômodo em alguns momentos cruciais da trama.

Não há de se desmerecer, contudo, a sempre precisa câmera do diretor, com enquadramentos perfeitos principalmente nas sequencias de ação. Mas o problema é que a ação demora a acontecer. Boa parte da narrativa acompanha os jovens na viagem que fizeram pela Europa e mesmo as belas paisagens de Veneza e Berlim não chegam a empolgar. Fica a sensação de que os roteiristas fizeram um esforço sobre-humano para garantir um filme com 90 minutos de duração. 

Considerando a filmografia do diretor, não é estranho imaginar o que atraiu sua atenção para o projeto, já que retratar pessoas comuns que realizaram grandes feitos é algo presente em seus trabalhos desde O Cavaleiro Solitário até o mais recente Sully: O Herói do Rio Hudson. Mas talvez aqui o diretor teria tido mais êxito se optasse por um trabalho documental. 

15h17 - Trem Para Paris parece mais uma propaganda das convicções políticas de Clint Eastwood do que um produto cinematográfico para um público mais amplo. Para os fãs do diretor, é uma experiência bastante decepcionante. 

Cotação: **

Comentários

  1. Boa dica de cinema. A verdade esse filme me surpreendeu. Na minha opinião, este foi um dos melhores filmes de drama que foi lançado o ano passado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio. Eu assisti o 15h17 Trem para Paris filme e devo dizer que foi uma surpresa pra mim, já que foi uma historia muito criativa que usou elementos inovadores. Também teve protagonistas sólidos e um roteiro diferente. Muito bom. Se alguém ainda não viu, eu recomendo amplamente, vocês vão gostar com certeza.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Crítica: Os Pinguins de Madagascar

Crítica: Homens de Preto 3

Maiores Astros da Pixar