Crítica: A Bailarina

Os fanáticos por animação tem muitos motivos para comemorar. Além do maior investimento dos grandes estúdios no gênero - que quadruplicou a quantidade de lançamentos nos últimos anos -, o público brasileiro também passou a ter acesso a muitas produções independentes e filmes feitos fora dos EUA, que anteriormente eram relegados a lançamentos modestos em home vídeo ou nunca davam as caras por aqui. 

Graças a esta nova realidade, a produção franco-canadense A Bailarina conseguiu seu espaço no circuito nacional e chega nesta semana aos cinemas. 



O filme é dirigido pela dupla Eric Summer e Éric Warin. Summer tem uma carreira consolidada na TV canadense e faz sua estréia no cinema, já Warin trabalhou como animador no belo As bicicletas de Belleville e trouxe sua experiência para esta bela história de superação que encontrou na animação a forma perfeita para emocionar as plateias ao redor do globo. 

O filme conta a história de uma orfã que sonha ser uma grande bailarina, e com a ajuda de um amigo que pretende tornar-se um famoso inventor, consegue fugir do orfanato e vai para a Ópera Popular de Paris, em plena Belle Époque, onde acaba conhecendo uma jovem que decide ajudá-la em uma competição que pode definir seu futuro no mundo da dança clássica.

A beleza da animação é um destaque, bem como a composição dos personagens, que misturam realismo e fofurice, sem esquecer dos obrigatórios coadjuvantes que fazem a vez de alívio cômico. Embora seja um filme essencialmente direcionado ao público infantil, A Bailarina não vai incomodar os adultos principalmente pela solidez do roteiro e pelo deslumbre visual.

Paris é uma velha conhecida dos animadores, já que a cidade luz é figura fácil em diversos filmes de animação de sucesso ao longo dos anos, como os já clássicos Aristogatas, O Corcunda de Notre Dame, Anastasia e a obra prima da Pixar Ratatouille. Mas em A Bailarina os animadores retrataram pela primeira vez a Paris do início do século e a quantidade de detalhes impressiona, principalmente nas sequencias que se passam entre a Praça do Trocadéro e a Torre Eiffel, ainda em construção. A direção de arte do filme é grandiosa, e sem dúvida seu maior trunfo.

A Bailarina vai emocionar as crianças e fazer muitos adultos repensarem as próximas férias. Afinal, seja real ou animada, Paris é sempre um programão.

Cotação: ***

Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A animação “A Bailarina” além de ser na minha humilde opinião impecável na questão dos personagens e na trilha sonora, também consegue passar mensagens bacanas, como por exemplo “Nunca desista de seus sonhos, você é capaz!”. Norman McLaren afirmava que o cinema de animação não era a arte dos desenhos em movimento, mas a arte do movimento que é desenhado. A Bailarina é um filme de texturas luxuosas e grandiloquentes movimentos da câmera virtual, criados para realçar a grandiosidade dos cenários. O enredo possui alguns detalhes inesperados que passam por certa amoralidade nas ações de sua heroína, capaz de fingir ser outra pessoa para atingir os objetivos que ela acha que são negados por pura questão de classe. As profundas debilidades do filme aparecem quando os personagens se movem e, especialmente, quando dançam, sujeitos a movimentos que pouco lembram a leveza graciosa dos corpos na dança clássica e que, em vez disso, mostram as limitações de certa animação digital quando amarra às cadeias do algoritmo a liberdade do traço do artista artesão.

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