Crítica: Até o último homem
As duas guerras mundiais são uma fonte inesgotável de ideias para roteiros de super produções hollywoodianas, e praticamente todos os grandes diretores já tiveram algum projeto que retratasse estes importantes momentos da nossa história.
Seria estranho que Mel Gibson ficasse de fora desta lista. O ator e cineasta é conhecido por suas convicções políticas e religiosas bastante conservadoras, e seus filmes quase sempre veneram o patriotismo, o heroísmo e o respeito aos dogmas cristãos. Dito isto, um projeto sobre um herói de guerra que se recusava a usar armas pelas suas convicções religiosas seria perfeito para ele.
Até o último homem é a redenção para Gibson depois de alguns anos de ostracismo. E é notável perceber o estilo que consagrou o diretor em Coração Valente presente e funcionando: cenas de batalha espetaculares, violência explícita e sangue, muito sangue.
Seria estranho que Mel Gibson ficasse de fora desta lista. O ator e cineasta é conhecido por suas convicções políticas e religiosas bastante conservadoras, e seus filmes quase sempre veneram o patriotismo, o heroísmo e o respeito aos dogmas cristãos. Dito isto, um projeto sobre um herói de guerra que se recusava a usar armas pelas suas convicções religiosas seria perfeito para ele.
Até o último homem é a redenção para Gibson depois de alguns anos de ostracismo. E é notável perceber o estilo que consagrou o diretor em Coração Valente presente e funcionando: cenas de batalha espetaculares, violência explícita e sangue, muito sangue.
O filme conta a historia do soldado Desmond Doss (Andrew Garfield), que esteve em um pelotão na batalha de Okinawa que tomou a Colina Hacksaw, um importante passo para a vitória das forças aliadas no Japão. Doss era um soldado desacreditado pelos superiores mas mostrou-se um herói em batalha ao salvar a vida de diversos colegas e até mesmo de inimigos. E fez isso sem disparar nenhum tiro.
Obviamente que a história real não soa necessariamente crível na tela, o que é normal pelo processo de adaptação em um roteiro de cinema. Mas o mérito de Até o último homem está no seu apuro visual, pois desde O resgate do saldado Ryan não se via nas telas uma zona de guerra retratada com tanta perfeição técnica e sonora.
Mel Gibson já havia se provado mestre do sadismo em obras anteriores (mais explicitamente em A paixão de Cristo), mas aqui não sobram chances de expandir à sétima potência este desejo de chocar a audiência. As indicações recebidas pelo filme ao Oscar são impressionantes neste sentido, pois não é o tipo de filme que a Academia gosta de homenagear.
Mas Até o último homem também tem defeitos. Um dos principais é a atuação de Andrew Garfield, que demora a acertar o tom, e alguns coadjuvantes perdidos em seus personagens - em especial Vince Vaughn. Também incomoda a forma que os japoneses são apresentados: zumbis bárbaros com capacidades de batalha quase sobrenaturais, o que só faz destacar todos os estereótipos e preconceitos contra estrangeiros que assolam o mundo atualmente.
Até o último homem deve estabelecer-se como um dos grandes dramas de guerra do cinema, principalmente pela sua fantástica direção. Resta saber se a Academia está preparada para premiar novamente Mel Gibson.
Cotação: ***
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