Crítica: Manchester à beira mar
Como reconhecer um filme dramático acima da média? A resposta desta pergunta pode ser distinta para algumas pessoas, mas é senso comum que fugir do melodrama puro e simples é o melhor caminho. Desta forma, posso dizer que Manchester à beira mar acerta totalmente ao valorizar uma atmosfera angustiante e melancólica, e o que consegue este efeito são acertadas decisões de narrativa cinematográfica, dentre elas uma edição que mescla passado e presente, a ambientação em uma cidade litorânea durante um rigoroso inverno e a forma como é utilizada a trilha sonora. Manchester à beira mar c onta a história de Lee Chandler (Casey Affleck), um homem que guarda um trauma em seu passado que o afastou da família e da cidade natal e tirou sua alegria de viver. Ao receber a notícia da morte do irmão, ele precisa lidar com uma responsabilidade inesperada: a tutela legal do sobrinho Patrick (Lucas Hedges). Kenneth Lonergan, cujo projeto mais bem sucedido é como roteirista (o épico