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Mostrando postagens de janeiro, 2017

Crítica: Manchester à beira mar

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Como reconhecer um filme dramático acima da média? A resposta desta pergunta pode ser distinta para algumas pessoas, mas é senso comum que fugir do melodrama puro e simples é o melhor caminho. Desta forma, posso dizer que  Manchester à beira mar acerta totalmente ao valorizar uma atmosfera angustiante e melancólica, e o que consegue este efeito são acertadas decisões de narrativa cinematográfica, dentre elas uma edição que mescla passado e presente, a ambientação em uma cidade litorânea durante um rigoroso inverno e a forma como é utilizada a trilha sonora.  Manchester à beira mar c onta a história de Lee Chandler (Casey Affleck), um homem que guarda um trauma em seu passado que o afastou da família e da cidade natal e tirou sua alegria de viver. Ao receber a notícia da morte do irmão, ele precisa lidar com uma responsabilidade inesperada: a tutela legal do sobrinho Patrick (Lucas Hedges).  Kenneth Lonergan, cujo projeto mais bem sucedido é como roteirista (o épico 

Crítica: Até o último homem

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As duas guerras mundiais são uma fonte inesgotável de ideias para roteiros de super produções hollywoodianas, e praticamente todos os grandes diretores já tiveram algum projeto que retratasse estes importantes momentos da nossa história. Seria estranho que Mel Gibson ficasse de fora desta lista. O ator e cineasta é conhecido por suas convicções políticas e religiosas bastante conservadoras, e seus filmes quase sempre veneram o patriotismo, o heroísmo e o respeito aos dogmas cristãos. Dito isto, um projeto sobre um herói de guerra que se recusava a usar armas pelas suas convicções religiosas seria perfeito para ele. Até o último homem é a redenção para Gibson depois de alguns anos de ostracismo. E é notável perceber o estilo que consagrou o diretor em Coração Valente presente e funcionando: cenas de batalha espetaculares, violência explícita e sangue, muito sangue. O filme conta a historia do soldado Desmond Doss (Andrew Garfield), que esteve em um pelotão na batalha de Ok

Crítica: A Bailarina

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Os fanáticos por animação tem muitos motivos para comemorar. Além do maior investimento dos grandes estúdios no gênero - que quadruplicou a quantidade de lançamentos nos últimos anos -, o público brasileiro também passou a ter acesso a muitas produções independentes e filmes feitos fora dos EUA, que anteriormente eram relegados a lançamentos modestos em home vídeo ou nunca davam as caras por aqui.  Graças a esta nova realidade, a produção franco-canadense A Bailarina conseguiu seu espaço no circuito nacional e chega nesta semana aos cinemas.  O filme é dirigido pela dupla Eric Summer e Éric Warin. Summer tem uma carreira consolidada na TV canadense e faz sua estréia no cinema, já Warin trabalhou como animador no belo As bicicletas de Belleville e trouxe sua experiência para esta bela história de superação que encontrou na animação a forma perfeita para emocionar as plateias ao redor do globo.  O filme conta a história de uma orfã que sonha ser uma grande bailarina, e

Crítica: Beleza Oculta

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David Frankel é um destes cineastas acometidos pela maldição do início promissor em Hollywood. Sua estreia em longas metragens foi com  O  Diabo Veste Prada , que se tornou um sucesso em 2006 e ainda é seu trabalho mais elogiado. Mas desde então   o diretor não havia conseguido reencontrar seu público nos cinemas.  Embora retorne à receita do dramalhão que fez considerável sucesso com Marley & Eu, a crítica e o público americano não compraram a ideia e o seu novo filme, Beleza Oculta , se tornou um dos maiores fracassos de bilheteria do último ano nos EUA. Confesso que saber do fracasso diminuiu minhas expectativas para o longa, e talvez por este motivo Beleza Oculta tenha sido uma surpresa tão grata. O drama de elenco estelar protagonizado por Will Smith é uma interessante releitura do conto Os fantasmas de Scrooge e seu principal acerto é não ter vergonha de carregar a alcunha do ´filme para chorar`.  Beleza Oculta  conta a história de um publicitário que passa p

Crítica: La La Land - Cantando Estações

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Em 2014, o iniciante Damien Chazelle surpreendeu a comunidade cinematográfica com Wiplash - em busca da perfeição, longa em que um jovem estudante de música enfrentava um professor com métodos pouco convencionais para conseguir um lugar de destaque em uma renomada escola de música. Uma das características mais marcantes do filme era a utilização do jazz quase que como um personagem, graças a paixão do diretor pelo icônico gênero musical.  Não é de surpreender que em seu trabalho seguinte, o jazz continue sendo uma parte importante da mistura. Mas em La La Land - Cantando Estações, a música é mais do que apenas um personagem, ela passa a ser o grande protagonista. Homenagem aos clássicos musicais Hollywoodianos, La La Land é daqueles filmes que te faz dar um sorriso durante toda a projeção; aquele típico sorriso que vem de lá de dentro do coração. Contando uma história de amor entre um pianista e uma aspirante a atriz,  La La Land - Cantando Estações  explora as dificulda