Crítica: Demolidor (1a temporada)

Junto com "Vingadores",  "Guardiões da Galáxia" e " Capitão América 2",  a temporada de estréia de "Demolidor" é, sem dúvida, um dos melhores produtos do Universo Cinematográfico da Marvel.


Cinematográfico, sim. Há tempos que as séries de TV deixaram de ser apenas sombra dos blockbusters Hollywoodianos. E para uma adaptação de quadrinhos mostraram-se ainda mais interessantes: há mais tempo para o desenvolvimento dos personagens, para trabalhar as motivações dos antagonistas e construir a jornada do protagonista rumo ao seu destino heróico. E a Marvel aproveita para fazer o que sabe como ninguém: constrói as conexões necessárias para incluir o Homem sem Medo no Universo já apresentado nos Cinemas, enche o expectador com referências dos quadrinhos e usa e abusa de cenas de ação e combates espetaculares (inclusive um plano sequência de cair o queixo no final do segundo episódio).

Migrar o Demolidor para a TV foi a escolha da Disney para enfrentar a repulsa do público ao fracasso dos filmes produzidos pela FOX no Universo do personagem e que deixaram o herói em um limbo que perdurou por anos. Diferente do Cinema, na série a violência é mais explícita, não há preocupação em chocar as crianças menores e os vilões não são caricatos e fazem piadinhas: eles machucam e matam, de verdade.

Charlie Cox apaga qualquer lembrança da equivocada performance de Affleck já nas primeiras cenas da série: tanto como Matt Murdock como na figura soturna do Demônio de Hell's Kitchen, o ator não desaponta, dosando adequadamente a sensatez do advogado e a fúria do Homem sem Medo. Já Vincent D' Onofrio constrói talvez o melhor vilão do Universo compartilhado da Marvel até aqui: seu Wilson Fisk rouba cada cena que aparece, e além de estar idêntico ao personagem nas HQs, o excelente roteiro ainda consegue melhorá-lo com uma excelente história de origem, contada em flashbacks em um dos melhores episódios da temporada. No núcleo de coadjuvantes, Deborah Ann Woll e Elden Henson se saem bem como os amigos de Murdock, Karen Page e Foggy Nelson. A personagem de Deborah, inclusive, ganha contornos trágicos e mais relevância, mostrando que os roteiristas buscaram inspiração na fase de Frank Miller - momento áureo do Demolidor nos quadrinhos. Outro que merece destaque é Scott Glenn, que engrandece a série no papel de Stick, o mestre de Murdock e um dos importantes membros do Tentáculo, a organização terrorista ninja que deve ser o foco da próxima temporada, pelas pistas deixadas nestes treze episódios iniciais.

Antes de uma segunda temporada, entretanto, a Marvel vai entregar as séries de outros heróis urbanos, "A.K.A. Jessica Jones", "Luke Cage", "Punho de Ferro" e "Defensores", que irá juntar Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro em uma equipe especial. Depois disso, e considerando o sucesso de crítica, "Demolidor" terá sua segunda temporada, e é provável que vejamos com mais detalhes a ameaça do Tentáculo, o retorno de uma antiga namorada de Murdock - a bela e mortal Elektra - e, com sorte, um plano de vingança de Fisk com apoio do assassino conhecido como Mercenário. Aí, podem contar, teremos a segunda temporada mais espetacular de uma série em muito, mais muito tempo...

Cotação: ****


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