Crítica: Transformers - A Era da Extinção

Normalmente fazer uma crítica para um filme ruim é tão ou mais divertido que assisti-lo. Neste ponto, então, podemos dizer que Michael Bay é como um Chico Anysio para os críticos de cinema. E depois da franquia Transformers, ele ganhou direito à sua estrela na calçada da fama da mediocridade com láureas.

Correria, barulheira, explosões, milhares de coisas acontecendo ao mesmo tempo sem qualquer sentido: é assim que podemos definir qualquer um dos filmes dos robôs gigantes da Hasbro já lançados. E quanto mais grana a franquia faz nas bilheterias - Transformers, O Lado Oculto da Lua está entre as 10 maiores bilheterias da história com mais de 1,1 bilhões - mais exagerado é o filme seguinte, o que nos traz até este Transformers - A Era da Extinção. 


Mas fazendo a devida justiça aos produtores, o novo Transformers não é um desperdício total da paciência do público na poltrona. Ao menos tiveram a excelente ideia de mandar pra casa todo o elenco dos primeiros filmes, incluindo no pacote o insuportável Sam Witwicky de Shia LaBeouf. Não que Mark Wahlberg seja a melhor das alternativas, mas ao menos o ator tem aparência e jeitão de astro de ação, e não carrega "tantos" personagens insuportáveis nas costas. De resto, é mais do mesmo, de verdade. Não há um pingo que seja de inovação na trama, que continua envolvendo relíquias perdidas dos Transformers na Terra (nem em Cybertron deveria ser tão fácil encontrar estes objetos), conspirações governamentais e explosões. Muitas, mas muitas explosões.

A Era da Extinção começa 5 anos depois dos acontecimentos de O Lado Oculto da Lua. Os Autobots deixaram de atuar lado a lado com a humanidade depois da destruição em Chicago, e são caçados por agentes do governo. Surge então a família do mecânico interpretado por Wahlberg, que encontra Optimus Prime por acaso e acaba vendo-se obrigado a ajudá-lo a combater os planos de uma grande corporação que deseja utilizar a tecnologia Transformer para revolucionar a indústria bélica mundial, sem saber estar criando, na verdade, uma arma capaz de levar toda a raça humana à extinção.

Toda esta premissa que estamos mais do que acostumados a ver serve para carregar mais 160 minutos de projeção, com pelo menos quatro ou cinco clímax. As reviravoltas são tão constantes que você nem consegue mais definir quem é mocinho e quem é vilão. E para piorar, ainda há espaço para a nova moda de Hollywood em sua busca por conquistar o rentável mercado Asiático: toda uma horda de personagens chineses que em momento algum dizem a que vieram na história, e só conseguem potencializar os momentos constrangedores e os erros grotescos de roteiro.

Visualmente, o filme agrega pouco ao que foi mostrado até aqui na franquia, embora apresente os esperados Dinobots e o caçador de recompensas Lockdown - personagem totalmente perdido na história e que pouco agrega ao filme. Os efeitos especiais permanecem competentes, mas acabam prejudicados pelos excessos de Michael Bay, que parece cada vez mais obcecado por destruir coisas ao invés de contar uma boa história.

Transformers - A Era da Extinção já acumula mais de 800 milhões de dólares nas bilheterias mundiais em apenas duas semanas em cartaz. É mais uma vez um sucesso surpreendente, e a garantia de que a franquia vai continuar ainda por muito tempo. Afinal de contas, se é tão fácil ganhar dinheiro com o mesmo filme repetidas vezes, por que motivos alguém ia querer parar?

Cotação: *

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