Crítica: No Limite do Amanhã

"Viva. Morra. Repita". Com esta tagline, Tom Cruise e Doug Liman começaram a vender No limite do amanhã (Edge of tomorrow, no original) quando o projeto ainda se chamava All you need is kill. Apesar da mudança, a premissa básica do roteiro manteve-se fiel ao antigo título, o que garantiu um dos filmes de ficção mais inovadores e espetaculares dos últimos anos.


E haja adrenalina!  No limite do amanhã é acelerado bem ao estilo do diretor, responsável por A identidade Bourne, filme que deu início à trilogia que redefiniu os rumos do cinema de ação. Doug Liman não poupa o fôlego da platéia e nem dos astros Tom Cruise e Emily Blunt, protagonistas de um intrincado jogo temporal diferente de tudo que você já viu.

No filme, enquanto o planeta sofre com um ameaça em nível global - uma força alienígena que se alastra como uma praga de gafanhotos e está colocando em risco a vida em todo o planeta - o oficial Bill Cage (Cruise), figurão que cuida da assessoria de imprensa do exército americano, é colocado contra a vontade no centro do confronto, e depois do contato com um dos alienígenas, recebe um dom inesperado: a capacidade de retornar da morte, mas sempre em um ponto específico do dia em que ocorre um massacre que vitima todo o seu pelotão. Com a ajuda da soldado Rita Vrataski (Emily Blunt) ele se torna a peça chave na luta contra os hostis invasores. 

Em meio a esta trama cheia de reviravoltas, sobra tempo para o diretor discorrer uma critica inteligente contra os bastidores dos conflitos armados, em que jogos de interesse e poder definem o rumo de muitas vidas. Mas a principal razão de existência de No limite do amanhã é, como em todo bom blockbuster de verão, divertir. E pode garantir que você não vai ter nem chance de piscar o olho. As cenas de ação (que lembram jogos em primeira pessoa como Call of Duty e Goldeneye) são o grande destaque do filme, que também aposta no humor para ganhar as audiências mundiais; todas as sequencias que mostram o treinamento do personagem de Cruise e o vai e vem no tempo são hilárias, mas sem apelação para o riso fácil.

A edição dinâmica é cortesia de James Herbert, que colaborou com Guy Richie nos dois recentes filmes de Sherlock Holmes. Da maneira em que o roteiro foi concebido, seria difícil que o filme funcionasse se o departamento de montagem não tivesse captado a necessidade do ritmo frenético. A atuação inspirada de Emily Blunt também garante o sucesso; a moça está cada vez melhor nas sequencias de ação, e sua beleza é um ponto a mais. E Tom Cruise, queiram os detratores ou não, mantém-se firme como astro inabalável e uma das figuras mais rentáveis de Hollywood.

No limite do amanhã não faz feio e honra o gênero de ficção científica, que anda carente de grandes sucessos que apresentem um algo a mais. Agora, é esperar o que os Irmãos Wachowisk (O destino de Júpiter) e Christopher Nolan (Interestelar) estão planejando, e torcer para que a criatividade continue em alta.

Cotação: ****

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