Crítica: O Corvo

O diretor James McTeigue estava devendo um bom filme depois dos fracassados Invasores e Ninja Assassino. A estrela de seu curriculum continua sendo V de Vingança, que as más línguas dizem que sequer foi realmente dirigido por ele (os Irmãos Wachowski, alçados ao status de gênios pela equivocada trilogia Matrix, foram creditados como produtores mas teriam dirigido a maior parte do filme). Com uma ideia que está em alta hoje em Hollywood - utilizar personalidades históricas para desenvolver histórias de ficção - ele pretendia dar a volta por cima.

Não foi desta vez. Apesar da premissa interessante e do visual arrojado, O Corvo não consegue empolgar, mesmo com o elenco estrelado encabeçado por John Cusack.


Em O Corvo, o escritor Edgar Allan Poe é o personagem principal de uma história de suspense e horror. Utilizando como ponto de partida acontecimentos reais do fim da vida do escritor, os roteiristas Ben Livingston e Hannah Shakespeare criam uma trama que envolve cruéis assassinatos que são cometidos tal e qual os escritos do romancista. Intrigado, ele resolve se juntar aos policiais responsáveis pela investigação para descobrir o culpado e salvar a vida de sua noiva, que toma parte do jogo doentio do assassino.

Não há um resquício mínimo de originalidade no texto, que abusa de clichês e não desenvolve os personagens de forma convincente. O diretor não consegue definir o rumo da história, que acaba se tornando uma mistura de Seven com Jogos Mortais, mas sem conseguir sucesso em nenhuma das fórmulas.

Obviamente que o fraco roteiro e a direção pouco inspirada acabaram tendo reflexos na performance do elenco. John Cusack, que não emplaca um sucesso de crítica desde Alta fidelidade, não acerta o tom como protagonista, e apresenta uma atuação caricata e pouco inspirada. Luke Evans, que interpreta o Detetive Fields, tampouco consegue passar alguma credibilidade a seu personagem, assim como a belíssima Alice Eve, cujo melhor momento no longa é uma sequencia pra lá de equivocada que deixaria a Noiva de Kill Bill morrendo de inveja. Não fosse o sempre talentoso Brendan Gleeson, a experiência de assistir O Corvo seria totalmente dispensável.

Mas o apurado conjunto técnico do filme consegue salvar O Corvo do desastre total. A reconstituição de época, seja por cenários ou figurinos, está perfeita (por sinal, bebendo diretamente na fonte do bem sucedido Sherlock Holmes), assim como a fotografia de Danny Ruhlmann. 

O Corvo pode funcionar para uma sessão de cinema descompromissada, daquelas que não geram grandes expectativas. Talvez a decepção maior só acometa aqueles que esperariam de James McTeigue um trabalho tão conciso quanto o que foi feito em V de Vingança. Fica pra próxima... 

Cotação: *

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crítica: Os Pinguins de Madagascar

Crítica: Homens de Preto 3

Maiores Astros da Pixar