Crítica: Tão Forte e Tão Perto

A academia adora Stephen Daldry. O diretor já indicado duas vezes ao Oscar - pelo trabalho em As Horas e O leitor - tem um estilo de fazer filmes que é a cara dos votantes: simples, emotivo, que faz criticas sociais sem perder-se em questões políticas e que não levanta polemicas desnecessárias. Seguindo esta formula, seu novo trabalho Tão forte e tão perto chegou a lista final de 2012 de melhor filme, sendo nitidamente a zebra entre os 9 indicados.

Tão forte e tão perto não é brilhante como Billy Elliot e não tem as grandes atuações que fizeram a fama de As Horas. É um trabalho mais intimista do diretor, que pela primeira vez exagera no melodrama parecendo querer, unicamente, fazer a platéia chorar.


O filme conta a história de Oskar Schell, um jovem gênio que sofre a perda prematura do pai, morto nos atentados de 11 de setembro. Empenhado em descobrir um ultimo segredo deixado pelo pai em um jogo de pistas que eles costumavam fazer juntos, ele parte em uma jornada pelas ruas de Nova York, onde interage com pessoas tão distintas quanto suas historias de vida. No caminho, conhecerá um homem de idade surdo mudo que resolve ajudá-lo, mas que aparenta fazer isso por esconder algum tipo de segredo de seu passado.

O menino Thomas Horn praticamente domina a ação no papel do protagonista. Mas é de Max Von Sydow os grandes momentos do filme. Mesmo sem dizer uma palavra, o ator Sueco consegue emocionar apenas pela expressão e gestos corporais. Fantástico. Para Sandra Bullock e Tom Hanks, não há muito o que fazer. Há de se fazer uma ressalva: já esta mais do que na hora de Hanks fazer valer as duas estatuetas de melhor ator que tem em casa (seu ultimo trabalho memorável foi em O resgate do soldado Ryan, muitos anos atrás).

Daldry também mostrou em Tão forte e tão perto que seu forte são mesmo os filmes de época. Se a ambientação havia ajudado seu filme anterior (O leitor), aqui não se pode dizer o mesmo, e as fraquezas da narrativa ficam mais evidentes. As andanças dos personagens por uma Nova York bucólica em demasia são uma boa chance perdida de mostrar a cidade em todo o seu esplendor natural - e aí a visão do diretor se torna fundamental. A falha foi feia...

Apesar dos pesares, Tão forte e tão perto é um bom programa para aquelas pessoas que vão ao cinema apenas para uma diversão descomprometida. Na lista final do Oscar, teria sido melhor estarem filmes mais completos como Os Homens que não amavam as mulheres ou Harry Potter e as relíquias da morte. Nem tudo é perfeito.

Cotação: **

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