Crítica: Motoqueiro Fantasma - Espírito da Vingança
Filmes baseados em HQs estão tomando rumos interessantes: alguns, como Batman, o cavaleiro das trevas e X-men, primeira classe, estão aperfeiçoando a narrativa à ponto de poderem ser comparados aos grandes filmes do cinema; outros, como Homem de Ferro e Kick-ass, entregam-se livremente à diversão descompromissada; mas existem aqueles que fazem o público arder de raiva e até de vergonha, como Elektra, Justiceiro - zona de guerra e o primeiro Motoqueiro Fantasma.
Buscando redimir-se junto aos fãs do espírito da vingança, a Sony resolveu retornar ao universo do motoqueiro para, em tese, aprofundar-se no aspecto mais adulto do personagem. O tiro saiu pela culatra, e o novo Motoqueiro Fantasma - espírito da vingança acaba inaugurando o mais novo rumo das adaptações de quadrinhos: o limbo cinematográfico.
Vai ser difícil convencer alguém a assistir qualquer coisa baseada no personagem depois do festival de mau gosto deste segundo filme. Os diretores Mark Neveldine e Brian Taylor - mais conhecidos pelos filmes da série Adrenalina - erraram feio de mão no rumo que deram à história, que apesar de não recontar sua origem (hipoteticamente respeitando os acontecimentos do primeiro filme), ignora diversos aspectos que fizeram a fama do personagem nos quadrinhos.
A culpa não pode nem ser atribuída unicamente aos cineastas, que tiveram que construir o filme que depende em muito de efeitos especiais para a maioria de suas sequências com um orçamento que beirava menos da metade do que havia sido gasto com o primeiro. A limitação de grana é claramente sentida no design de produção do herói e do vilão da vez - que consegue ser ainda mais fraco que o Blackheart emo da aventura anterior. O Motoqueiro não convence quando aparece em primeiro plano, e suas montarias demoníacas - uma das melhores sacadas do filme - são visualmente impressionantes, mas não se fazem parecer reais em cena. Considerando que o supervisor de efeitos especiais tem no curriculum 'pérolas' do nível da cinessérie Anaconda, o trabalho tosco é facilmente entendido...
A ideia de levar o motoqueiro para a Europa oriental era boa, pois as locações escolhidas teriam a cara do personagem, que nos quadrinhos é o típico anti-herói que caminha por campos tortuosos e está sempre em conflito sob sua verdadeira razão de existência. O roteiro até tenta aproveitar esta dualidade e detalhar um pouco mais sob a entidade que toma conta do corpo e da alma de Johnny Blaze, mas se perde nos diálogos capengas, personagens coadjuvantes desnecessários, e na atuação canastrona de Nicolas Cage, que longe de ser um ator, hoje se transformou em uma caricatura de si mesmo. É deprimente acompanhar o nível de amadorismo que Cage demonstra nas cenas mais simples.
Fosse por ter ideia da fraqueza do roteiro que tinham em mãos ou pela simples noção de que o público não estaria entrando no cinema com nenhuma expectativa mais arrojada - o que é mais que a verdade! - os diretores alardearam na última Comic Con que o personagem teria uma cena particularmente nerd na nova aventura, em que seria mostrada sua mijada de fogo. A recepção para a informação foi a mais diversa possível, sendo tratada como ousada e diferente por uns e como ridícula por uma grande maioria. Quando se está assistindo o filme e a bendita mijada surge sem nenhum propósito relevante, você se dá conta de que nem deveria estar ali sentado naquela poltrona: a tragédia já havia sido mais do que previamente anunciada.
Motoqueiro Fantasma - espírito da vingança joga pimenta nos olhos das adaptações de quadrinhos recentes, que estão surpreendendo pela qualidade. É por causa deste tipo de trabalho porco que o gênero poderá, em um futuro próximo, cair no esquecimento pelo grande público. Resta torcer para que o fracasso comercial já visto faça a Sony devolver os direitos do personagem para a Marvel. Assim, esperemos, num futuro distante o Motoqueiro consiga voltar para as telas dos cinemas com mais dignidade. E bem longe de Nicolas Cage.
Cotação: *
Pouca vezes ví um filme em que os diretores conseguissem demonstrar em imágens o sentimento dos personagens. Este é com toda a certeza um dos melhores filmes de herois quadrinhos que eu já assistí. Ele mostra que nós, o público, não procuramos os esteriótipos enlatados e pré-frabricados dos filmes americanos, esta é uma produção barata que deixou muito filme caro no chinelo. Em algumas semanas os resultados das bilheterias irão mostar.
ResponderExcluirSerá que eu vi o mesmo filme que o cidadão acima? Sim, porque assisti a Motoqueiro Fantasma - Espírito da Vingança, e simplesmente cochilei 2 vezes. O "herói" do filme aparece poucas vezes, fazendo uma dançinha ridícula, o fogo da cabeça apagando toda hora, a moto com a caveira prateada foi mudada, o pacto foi totalmente alterado, a história do filme é nojenta (o diabo não aguenta ficar no próprio corpo? Ele tem tanto poder e não pode criar o próprio corpo? Tem que fazer um filho, esperar ele crescer e anos depois pegar? Muito trabalho, não?), o Olhar da Penitência se transformou em um tipo de "bafo de bebum"... entre outras coisas detestáveis. Filme nota 1.
ResponderExcluirAinda não consegui postar a crítica - estou vendo tantos filmes que não estou dando conta de escrever sobre eles, e não quero deixar aqui qualquer coisa. Mas achei o filme horrivel...
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