Estou preparando um texto especial para falar do prêmio que está perdendo cada vez mais o prestígio e hoje é um termômetro muito falho para o que pode acontecer na grande festa do Oscar.
Trabalhar com um orçamento mais minguado não significa dizer que você fará um filme pior do que qualquer outro; talvez, sim, o correto seja dizer um filme menor . Mesmo assim, o cineasta não deve ser passivo e deixar de acreditar na força de sua obra. Neil Burger, se escutou este tipo de conselho, fez o trabalho de casa direitinho em Sem limites. O filme produzido pelo astro Bradley Cooper - que também atua no longa - é uma surpresa pra lá de bem vinda. Justificando minha afirmação: o diretor desenvolve com excelente ritmo uma trama bem elaborada pelo roteirista Leslie Dixon ( Hairspray, Thomas Crow), baseada no romance homônimo sobre um cara que vê sua vida se transformar da noite para o dia depois de tomar uma pílula milagrosa que faz com que ele utilize sua atividade cerebral em 100%. Parece vindo de histórias em quadrinhos, você poderia dizer. E em alguns momentos, esta semelhança fica ainda mais evidente, como quando o personagem se sai maravilhosamente bem em uma briga que evitou...
Quando um determinado projeto que trata de um tema com potencial para atrair milhares às bilheterias chega às telas de forma tímida e quase sem nenhum marketing, já é motivo para desconfiar. Não adianta: o cinema vive hoje o período da maximização da informação, onde a mídia já acompanha com afinco etapa a etapa dos filmes, da pré à pós produção. Não despertar interesse logo de cara é certeza de que algo não vai bem. Projeto Dinossauro se enquadra perfeitamente nesta descrição. A produção Inglesa de baixo orçamento tinha um propósito interessante: trazer para um filme com dinossauros a estética já consagrada em outros gêneros com A Bruxa de Blair, Cloverfield e Poder sem limites - a filmagem semi-documental com câmera na mão. O problema é que o filme se entrega aos clichês deste tipo de produção e não consegue decolar. Não consegue decolar, leia-se, por motivos diversos. O primeiro e mais perceptível deles é a limitação técnica. Sempre que a ação exige mais refinamento estético, a c...
Terrence Malick é um diretor de pouquíssimos projetos. Para se ter uma ideia, desde seu maior sucesso de crítica, o fabuloso filme de guerra Além da linha vermelha, de 1998, ele voltou a dirigir apenas por mais 2 vezes: a primeira, em 2005, rendeu o subestimado O novo mundo, em que ele contou a verdadeira história por trás do mito de Pocahontas, sem os maneirismos necessários para adaptá-la como desenho animado, como foi pela versão da Disney; e agora, com este fabuloso A árvore da vida.
É de se entender o isolamento criativo de Malick. O cinema atual tem pouquíssimo espaço para o tipo de trabalho que o diretor gosta de realizar. Seus filmes não são didáticos ou facilmente palatáveis. Para acompanhar suas histórias, o público geralmente precisa se esforçar para fazer ligações, desvendar mensagens subliminares e, necessariamente, sentir o filme que está sendo mostrado, não apenas assisti-lo. Com A árvore da vida , o cineasta dá mais um passo em seu peculiar estilo, ao traçar de maneir...
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