Critica: Missão Madrinha de Casamento

Judd Apatow é considerado o produtor de comédias mais bem sucedido do cinema americano nos dias de hoje. São dele sucessos como Ligeiramente Grávidos, Superbad - é hoje e O virgem de 40 anos. Todos estes filmes tem em comum o fato de terem sido muito bem recebidos no país de origem e alcançado resultados modestos em outras praças - diferente de Ricky Bobby, a toda velocidade que foi um estrondoso fracasso no resto do mundo e nem nos cinemas chegou a ser lançado por aqui.

Mas o problema máximo das comédias de Apatow é que elas não tem muita graça se você não é americano ou exigente para seu gosto cinematográfico. Missão madrinha de casamento sofre do mesmo mal, com um agravante: é ilegitimamente chamada de Se beber, não case para mulheres. Nem de perto chega à originalidade e vitalidade do filme de Todd Phillips...


A história do filme acompanha as desventuras das amigas de infância Annie (Kristen Wiig) e Lillian (Maya Rudolph), às vésperas do casamento da segunda, em que os preparativos para a festa se tornam um karma para Annie, que precisa aprender a conviver as outras madrinhas, incluíndo a esnobe Helen (Rose Byrne), esposa do chefe do noivo que posa de nova melhor amiga de Lillian, quando na verdade só quer chamar atenção com a festa de casamento brega que prepara para a noiva.

Embora o argumento seja interessante, logo de cara os clichês são jogados na nossa cara sem piedade: entre as noivas, temos a sexy-quase-lésbica; a gordinha estranha e desengonçada; a meiga sem cérebro; os tipos do filme são tão repetitivos que chega a dar vontade de chorar. Para completar, Kristen Wiig não segura a peteca como protagonista, e entrega uma mocinha sem graça, cheia de trejeitos e caras e bocas, e em nenhum momento convence como objeto sexual de um deslocado John Hamm - que precisa escolher melhor seus personagens no cinema se ainda quer seguir uma carreira decente quando Mad Men chegar ao fim. Os diálogos e situações propostos pelo roteiro são exagerados, e para conseguir tirar risadas esporádicas da platéia, o filme precisa recorrer à escatologia em uma cena desnecessária - e ridícula - que não vale sequer a pena comentar...

Uma das piores coisas que existe quando se está dentro do cinema é perceber a duração do filme. Pode acreditar: se você começa a olhar desesperadamente para o relógio, não é boa coisa. Missão madrinha de casamento é tão sofrível que demora demais a passar. Isto fica mais evidente pelo corte mal feito da história - uma falha de montagem que chega a arrepiar os pelos da espinha e que não se espera de uma equipe razoavelmente experiente. O terceiro ato é quase uma repetição de O casamento do meu melhor amigo, só que mais piegas, e muito mais sem graça (se é que isso é possível).

Não dá realmente para entender como este arremedo de filme se tornou um dos maiores sucessos de público do verão americano (frente ao baixo custo de produção, a receita do filme é milionária!). Das duas uma: ou os americanos tem um gosto realmente duvidoso para comédias ou a crise mundial está fazendo as pessoas ficarem tão desesperadas por algumas risadas que qualquer porcaria está valendo. Se é para ir ao cinema e se irritar, permaneça nas bolsas de valores: ao menos a perda de dinheiro vai vir de uma emoção genuína.

Cotação: *

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