Critica: Santuário

Toda crítica de cinema, seja ela boa ou ruim, deve se amparar em fatos. Tais fatos, no entanto, podem ser avaliados de maneira muito diversa, dependendo da visão daquele que escreve. Isso é natural, afinal de contas, o gosto cinematográfico é uma coisa individual, logo, diferente entre pessoas diferentes. Mas as vezes fica difícil de acreditar que somente a visão do indivíduo pesa na hora de falar sobre um filme.

Já que estamos falando disso, avaliemos o caso deste Santuário, filme que surgiu do nada (alguém sabia da existência desta produção poucos dias antes de seu lançamento?) e foi alçado ao patamar quase imediato de "filme imperdível" apenas pelo fato de ter um nome escrito no seu cartaz de lançamento: James Cameron.


O rei do mundo (pelo menos na sua própria imaginação fértil) provavelmente teve apenas uma participação de consultor no filme, no entanto foi creditado como produtor. Seu nome nos cartazes era uma clara jogada de marketing para atrair os seus ingênuos fãs, que caíram na armadilha e acreditaram que a aventura em uma caverna inexplorada da Papua Nova Guiné seria seu novo festival de efeitos mirabolantes ao estilo Avatar. Numa coisa ambos os projetos se parecem muito: nenhum dos dois tem história.

Os críticos do mundo todo morrem de medo de falar mal de James Cameron e de qualquer coisa que ele faça, afinal de contas, seus dois últimos filmes renderam juntos "somente" 4,5 bilhões de dólares nas bilheterias mundiais. Isto fica claro pelas notas dadas a Santuário até mesmo por profissionais respeitáveis; o simples fato de ter o nome de Cameron na produção é digno de uma avaliação diferenciada para um filme que não tem nada de inovador, acumula mais clichês do que a média aceitável e tem os diálogos mais constrangedores do gênero em muito tempo (desde o fracassado Daylight de Stallone não havia um texto tão ruim).

Não é somente impressão sua o fato de que estou falando menos do filme em questão do que qualquer outra coisa. Não há muito o que falar de Santuário. O roteiro é tão previsível que mesmo que você não tenha idéia alguma do que aconteceu na expedição real (sim, é verdade, o filme é baseado em fatos verídicos) com alguns minutos já consegue engendrar tudo o que vai acontecer até o final. Exagero? Assista o filme e me conta depois.

Ah, Santuário foi feito em 3D. Que novidade! A experiência de imersão e profundidade da tecnologia não salva o filme e tampouco paga o que você gastou pelo ingresso. Os exagerados de plantão ainda conseguem dizer que o filme sufoca a platéia devido as cenas impressionantes. Bobagem pura, a menos que a platéia em questão estivesse 100% com crise de asfixia.

Escrever sobre um emaranhado de clichês sempre acaba resultando em um texto clichê. Me desculpem os leitores, mas não dava para fazer melhor do que isso desta vez. De qualquer forma, vou escrever ao lado da crítica "revisada a aprovada por James Cameron". Assim, quem sabe, eu consiga uma avaliação um pouquinho melhor.

Cotação: *

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