Critica: Desconhecido

Liam Neeson estava se especializando em viver mestres no cinema. Quem não lembra de suas inspiradas interpretações no insosso Star Wars - Episódio 1: a ameaça fantasma ou em Batman Begins? O excelente ator de A Lista de Schindler demorou até demais para cair no gosto do público. E numa nova reviravolta em sua carreira, está dando o que falar em filmes de ação.

Busca Implacável foi o primeiro sucesso do ator no gênero. O filme, que foi lançado no resto do mundo antes mesmo que nos EUA, se tornou um grande sucesso de público, e revelou que o astro tinha calibre para segurar um thriller de ação ao estilo da trilogia Bourne. Não tardou para que outro projeto semelhante chegasse aos cinemas. Desconhecido é a bola da vez.


Dirigido pelo ainda pouco conhecido Jaume Collet-Serra, que construiu sua carreira até aqui basicamente com filmes de terror ou suspense (são dele a refilmagem de A casa de cera e o recente A orfã), Desconhecido tem a seu favor, além das performances de Liam Neeson e Diane Kruger, o excelente roteiro cheio de reviravoltas daquelas que mexem com a cabeça do público.

O filme conta a história de um professor de ciências que está em Berlim para participar de um fórum sobre biotecnologia. Quando se envolve em um acidente que o deixa em coma por quatro dias, ele tem sua vida virada de cabeça para baixo ao reencontrar a esposa que diz não conhecê-lo e outro homem passando-se por ele. Confuso e sem ter outra opção, alia-se a uma imigrante ilegal que havia salvado sua vida no acidente e um ex-espião da Alemanha oriental com o objetivo de descobrir a verdade sobre a sua identidade, e acaba se deparando com uma trama onde ninguém é o que realmente parece ser.

O ritmo imposto pelo diretor ao filme é seu maior trunfo; não há excesso de didática na apresentação dos personagens, e a história já caminha nos primeiros minutos para seu arco principal, não sem antes a belíssima fotografia da capital Alemã brindar o espectador com planos excelentes nos principais pontos turísticos da cidade, como o Tiergarten, a estátua do "anjo" de Win Wenders e a torre da Alexander Platz (que fecha o filme em um plano sequencia de tirar o fôlego). A pré-produção, aliás, está de parabéns pela escolha excelente das locações. Alia-se ao apuro técnico na fotografia a excelente montagem que contribui para manter o clima de suspense proposto pelo roteiro que prende o público sem piscar para acompanhar a narrativa.

Além de Liam Neeson e Diane Kruger, estão no elenco January Jones, Frank Langella e Bruno Ganz. Jones aparece pouco, mas sua presença em cena é cada vez melhor, principalmente levando-se em conta a sua beleza. Langella entra no filme em um momento crucial, e desempenha seu papel com a competência que é habitual. E Ganz, na pele do ex-oficial Ernst Jürgen, tem outra chance de mostrar ao mundo seu grande talento, que já havia nos impressionado em A Queda - as últimas horas de Hitler, por seu retrato visceral do ex-líder do terceiro Reich alemão.

Entre as muitas promessas de 2011, Desconhecido se destaca por não ser um filme com grandes pretenções, mas que tem fôlego para ir muito longe. E se Matt Damon realmente não quiser voltar às telas como Jason Bourne, já temos um substituto perfeito. Talentos da maturidade. Não se poderia esperar outra coisa de um ex-guerreiro Jedi.

Cotação: ***

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crítica: O Lorax - Em busca da Trúfula perdida

Crítica: Guardiões da Galáxia Vol. 3

Crítica: Os Pinguins de Madagascar