Critica: Besouro Verde

Nunca o cinema teve um ano tão cheio de heróis quanto este 2011. A procedência pode até ser diversa - adaptações de quadrinhos, TV e até mesmo de linhas clássicas de brinquedos - mas o que importa mesmo é o lucro que este tipo de produção está rendendo para Hollywood. Portanto, minha gente, se alguém ainda se irrita com esta vertente da produção cinematográfica, é melhor relaxar e se acostumar, pois ainda vem muita coisa por aí.

O primeiro a chegar aos cinemas é Besouro Verde, uma união nada convencional de Michel Gondry, diretor do elogiadíssimo Brilho eterno de uma mente sem lembranças, com o astro de comédias Seth Rogen.


A história todo mundo já conhece: um playboy boa vida herdeiro de um império jornalístico resolve virar um justiceiro mascarado, tendo como parceiro um empregado de confiança do seu falecido pai, perito em artes marciais. Sob a máscara do besouro, eles desafiam a polícia e o crime organizado de Los Angeles, nunca deixando claro se são mocinhos ou vilões.

Com Seth Rogen no elenco, não é surpresa para ninguém dizer que o filme é uma comédia. Sim. Apesar de contar com o astro de artes marcais taiwanes Jai Chou (que fica o papel de Kato, que uma vez pertenceu ao ícone Bruce Lee), a ação está sempre em segundo plano em Besouro Verde. O roteiro prioriza as situações cômicas e se aproveita ao máximo das caras e bocas de Seth Rogen (uma vez que o ator também colaborou com o script, não é nem um pouco estranho constatar isso). A pancadaria só engrena mesmo nas cenas finais - ainda assim com bem menos importância do que era esperado.

No elenco, além dos atores já citados, estão o excelente Christopher Waltz (se você viveu nos últimos anos fora do planeta, não saberá que se trata do ator que viveu o Coronel Hans Landa no último sucesso de Quentin Tarantino Bastardos Inglórios) no papel do vilão Chudnofsky; e Cameron Diaz, pagando as contas em um personagem tão sem graça quanto o rumo que a carreira da atriz tomou nos últimos anos.

Michel Gondry consegue surpreender na direção, pois trata-se de um trabalho totalmente diferente do que ele está acostumado a fazer. As cenas de ação são bem finalizadas, e a química excelente entre os protagonistas é um ponto favorável. No entanto, sente-se a falta de um pouco de inovação por parte da equipe técnica; não há nenhuma novidade estética, seja na narrativa ou em termos visuais. O 3D, inclusive, só salta aos olhos nas sequencias de pancadaria.

Para quem está afim de se divertir, Besouro Verde é um programaço. Um início interessante para o ano dos heróis. O próximo round? Thor, em meados de maio. Que a força esteja com a gente!

Cotação: **

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