Crítica: Zé Colmeia - o filme
William Hanna e Joseph Barbera são duas lendas dos desenhos animados. A dupla criou dezenas de personagens, alguns que alcançaram imenso sucesso e outros que, embora mais modestos em popularidade, ficaram na memória de crianças e jovens por muitos anos. No cinema, não foram muitos que deram as caras - Scooby Doo, Os flintstones e Josie e as gatinhas são exemplos - e ainda existem diversos projetos em andamento ou engavetados - Tom & Jerry, Os Jetsons e Johnny Quest são alguns deles. Quem diria que o urso pardo de gravata do parque Jellystone passaria a frente de tantos outras criações mais comerciais da dupla e chegaria com toda pompa aos cinemas.
Zé Colmeia - o filme é um programa muito divertido para todas as idades. Para as crianças, as confusões do urso são feitas sob medida, mérito dos produtores, pois o personagem é pouco conhecido pela nova geração. Para os adultos, a sessão é nostalgia total; é impressionante ver como Zé Colmeia e Catatau estão perfeitos, não apenas pelo grande trabalho de computação gráfica, mas também pelos trejeitos e personalidades cem por cento fiéis aos personagens. Um trabalho digno de parabéns.
O elenco humano não compromete a diversão, embora o eterno clichê dos filmes baseados em desenhos animados esteja presente: o guarda florestal (Tom Cavanagh), que vive atormentado pelo par de ursos, aqui ganha uma namorada, interpretada por Anna Faris. Mais um acerto dos produtores, pois a moça é perfeita para este tipo de personagem.
O roteiro é muito bem desenvolvido, contando uma história leve e com humor inocente, ideal para as crianças menores, mas que também não duvida da inteligência das crianças mais velhas, assim como não incomoda aos adultos. Um ponto muito positivo é que a ação se desenvolve quase integralmente no parque Jellystone, ambiente natural dos personagens, e não em alguma metrópole qualquer, como insistem em fazer neste tipo de projeto. Tudo acaba sendo extremamente familiar para aqueles que conhecem e amam o personagem.
Infelizmente, o filme do urso foi prejudicado em sua estréia americana, pois foi lançado justamente no fim de semana em que os Estados Unidos foram atingidos por uma forte nevasca que quase parou o país. Em suma, a bilheteria doméstica ficou prejudicada, o que pode tornar pouco provável que haja uma sequencia, a não ser que uma surpresa aconteça nas bilheterias mundiais. O importante é que o público goste da aventura e a Warner Brothers considere viável retirar outros projetos baseados nos personagens da Hanna Barbera do papel. Zé Colmeia funciona muito bem como um filme único.
Cotação: ***
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