Crítica: O Turista

Já está virando moda em Hollywood que diretores renomados em seus países de origem migrem para os Estados Unidos para produzirem filmes por lá. A lista é imensa, e tem nomes como Guilhermo Del Toro, Juan José Campanella e até mesmo brasileiros como Walter Salles e Fernando Meirelles. A mais nova aquisição é o alemão Florian Henkel Von Donnersmarck, responsável pelo excelente A Vida dos Outros e que surpreende com este O turista.


O filme mistura duas belezas inconfundíveis: a primeira, locações na fantástica cidade de Veneza, que desponta majestosa na tela graças a direção de fotografia excelente de Joe Hutshing, que participou de quase todos os projetos do diretor Cameron Crowe, dentre os quais Quase Famosos e Jerry Maguire; e a segunda e mais marcante, Angelina Jolie. A senhora Brad Pitt desfila sublime na tela, e a cada aparição é possível perceber os marmanjos babando e as moças cheias de inveja. Não é para menos. Para compensar as meninas, a presença do astro Johnny Depp, aqui encarando um papel atípico dentro de sua galeria de inesquecíveis personagens, mas não menos interessante graças ao grande talento do ator.

Usando e abusando das cenas de ação, o diretor alemão realiza um bom trabalho, muito ajudado pela montagem que funciona perfeitamente e se adequa ao ritmo que um bom thriller de espionagem merece. A trama é simples: uma mulher perseguida pela polícia internacional por sua ligação com um vigarista de fama mundial coloca um turista americano em uma armadilha muito bem engendrada para que os policiais pensem que ele não é exatamente o que parece, ganhando tempo para fugir em companhia do amante. O que poderia resultar em um filme cheio de clichês acaba surpreendendo pelo final inesperado e as competentes performances de todo o elenco - além de Jolie e Depp, já citados, também se destaca o ator Paul Bettany.

Se você está com viagem marcada para a Europa, assistir ao filme será um aperitivo a mais. As cenas iniciais se passam em Paris e todo o restante do filme na romãntica cidade Italiana, e é extremamente agradável perceber como os produtores deste tipo de filme sabem escolher as locações com maestria. Por isso o cinema é um contribuinte tão eficaz da indústria do turismo.

Indicado a três Globos de Ouro nas categorias principais - inclusive como melhor filme musical ou comédia (ainda não consigo entender por que motivo o filme foi enquadrado desta forma; seria falta de opção?), O Turista não deve figurar na grande festa do cinema, o Oscar. Mas não importa muito. O público agradece a chance de poder acompanhar uma boa história e, claro, ter o gostinho de ver Angelina Jolie diante dos olhos, mesmo que seja apenas por duas horas. Bendito sortudo este tal de Brad Pitt...

Cotação: **

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