Crítica: Tron, o legado
Não espere um desenvolvimento adequado da história. O roteiro de Tron, o legado é uma verdadeira colcha de retalhos, em que os personagens são mal apresentados, os diálogos sofríveis e a trama - que não engrena depois dos vinte minutos de projeção - confusa e arrastada. As motivações do personagem de Jeff Bridges, que sonhava mudar o nosso mundo a partir dos conhecimentos que adquiriu em seu mundo virtual, são bobas e beiram o banal. Para piorar, Michael Shenn está na trama em um personagem tão equivocado quanto as outras incursões do ator pelo cinemão americano, e precisa urgentemente mudar de agente, ou voltar para o cinema inglês.
Tecnicamente, o filme é impecável, embora os efeitos visuais não impressionem muito - quem assistiu a Speed Racer não verá nada demais nas cenas de corridas de motos nos ambientes virtuais. O grupo de música eletrônica Daft Punk faz um excelente trabalho com a trilha sonora, e parecem ter entendido muito melhor a proposta do filme do que o diretor Joseph Kosinki, oriundo da TV e o típico "contratado" que não fede nem cheira e serve de marionete para produtores e executivos do estúdio, os verdadeiros donos do filme.
Tron, o legado vai render uma boa grana das bilheterias, mas o boca a boca deve minar os planos da Disney de emplacar mais um filme na casa do bilhão no ano de 2010. Eu, por minha vez, estou pegando meu terço para encomendar uma oração aos deuses do cinema e pedir que os próximos filmes em 3D me impressionem de verdade: sejam bons.
Cotação: *
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