Crítica: Scott Pilgrim contra o Mundo

Tem gente que considera o video-game uma fuga, uma maneira de afogar o stress depois de um dia tenso no trabalho. Questão de opinião. Quando você começa a jogar é legal, você até se diverte um pouco. Mas vai passando o tempo, e aquilo tudo fica tão previsível, enjoativo. No meu caso, isto acontece depois de no máximo uns vinte minutos.

Se você pensa como eu, talvez tenha a mesma sensação ao assistir Scott Pilgrim contra o mundo, novo trabalho do visionário diretor Edgar Wright, do divertido e diferente filme de zumbis Todo mundo quase morto.

Baseado em uma história em quadrinhos alternativa, Scott Pilgrim mistura rock e video-game em um visual estilizado como a muito tempo não se via no cinema. Não poderia ser diferente, afinal de contas, é um filme de Edgar Wright. No entanto, o fraco da película é exatamente o material no qual é baseado. Apesar de todo o apuro técnico no visual, a história não empolga nem o mais fanático fã de Super Mario Bros.

Scott Pilgrim é interpretado por Michael Cera, que foi revelado no filme indie Juno. Membro de uma banda de rock amadora de Toronto, o rapaz se encanta por uma jovem americana chamada Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead), e tem que derrotar seus sete ex-namorados do mal para poder ter seu final feliz com a garota. Entre os vilões, destaque para Chris Evans e Brandon Routh, tão caricatos quanto de costume.

Este fiapo de história é desenvolvida em pouco menos de duas horas, durante as quais somos bombardeados por efeitos especiais interessantes e bem realizados, que fazem com que o filme tenha realmente a cara de um jogo de video-game (a entrada do logotipo da Universal com a trilha sonora no estilo Atari é pura nostalgia). Mas isso acaba não sendo suficiente por causa da trama bobinha e repetitiva.

Apesar de ter seus bons momentos, Scott Pilgrim contra o mundo abusa demais do fato de ser uma obra tipicamente pop. Esta fórmula pode agradar muita gente, mas se usada em excesso acaba fazendo a massa desandar. E o público "adulto" fugir dos cinemas (e também o público Canadense; assim como em South Park, não se perde uma chance de alfinetar os sisudos vizinhos do norte).

O filme acabou se tornando um retumbante fracasso de bilheteria nos EUA, e está lutando para se pagar no resto do mundo. Um resultado que não deve ter agradado nada aos engravatados da Universal, que deveriam achar que misturar video-game, quadrinhos e cinema seria uma sacada de mestre. Finish them!

Cotação: **

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