Crítica: RED - aposentados e perigosos
O cinema definitivamente descobriu as histórias em quadrinhos.
Quem lê uma frase como esta de maneira solta, pode até pensar que foi dita por um desses nerds fãs de Batman ou Homem-aranha. Mas se a pessoa que leu fizer um paralelo com a atual produção cinematográfica, e se lembrar de filmes como Estrada para perdição, Marcas da Violência, Anti-herói Americano ou O procurado, vai descobrir coisas interessantes: todas são baseadas em quadrinhos; nenhuma delas tem heróis fantasiados lutando contra o crime; todas são filmes com temáticas adultas.
Os quadrinhos hoje são fonte de inspiração para roteiristas e matérias primas importantes para a indústria do cinema, e as adaptações deste tipo de arte para as telonas não vão parar tão cedo. E o mais novo exemplar é este RED - aposentados e perigosos.
A Graphic Novel homônima da Wildstorm (hoje braço da DC Comics) foi lançada em 2003. A sigla RED significa em português "aposentados extremamente perigosos", exatamente o mote dos quadrinhos, que apresentam como personagens centrais ex-agentes da CIA aposentados e retirados do descanso para enfrentar uma trama conspiratória dentro do próprio governo americano, que pretende varrê-los do mapa.
No filme, manteve-se o espírito da HQ, que mistura muita ação com romance e pitadas de comédia. Para tanto, o diretor Robert Schwentke (que possui um curriculum pouco expressivo, cujo mais conhecido trabalho é o suspense Plano de Vôo, com Jodie Foster) reuniu um elenco de feras: Bruce Wills, John Malkovich, Morgan Freeman e Helen Mirren. Os atores brincam em cena com seu próprio envelhecimento, ajudados pelas sacadas inteligentes do roteiro. Um dos pontos altos, por sinal, é a presença de Helen Mirren em um personagem totalmente diferente do que a atriz costuma interpretar.
Mesmo que o tema seja um pouco batido e algumas situações previsíveis, RED ganha pontos pela simplicidade com o qual a trama é conduzida. Sem grandes inovações mas aproveitando ao máximo o carisma do elenco, o diretor consegue realizar um filme despretencioso que diverte a platéia sem duvidar da inteligência da mesma - coisa que os filmes de ação mal produzidos adoram fazer.
Cotação: ***
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