Crítica: Como Cães e Gatos 2 - A Vingança de Kitty Galore

Filmes com animais - sejam eles falantes ou não - estão nas telas dos cinemas com frequência. Alguns poucos, entretanto, conseguiram êxito financeiro suficiente para transformar-se em franquias. É claro que não podemos considerar Garfield ou Scooby Doo nesta lista, uma vez que se tratam de personagens já consagrados que por si só já chamam a bilheteria. Exemplos mais claros seriam as séries Babe - o porquinho atrapalhado e A Incrível Jornada. E, agora, Como Cães e Gatos.

O filme de 2001 chamou atenção por explorar de maneira divertida a eterna rivalidade entre canídeos e felinos, misturando os animais a incríveis efeitos mecatrônicos e uma trama de espionagem ao estilo 007. A brincadeira deu certo, e o filme rendeu mais de 200 milhões aos cofres da Warner Bros. Estranhamente, demorou muito para a continuação dar as caras nos cinemas, e o esquecimento talvez tenha sido o principal fator para o desempenho morno de Como Cães e Gatos 2: a vingança de Kitty Galore.


O filme não deixa nada a desejar frente ao anterior, pelo contrário. Os produtores não quiseram mexer na fórmula que havia sido bem aceita anteriormente, e continuaram exatamente de onde o outro filme parou, mas apenas alguns anos mais tarde. Aqui, o beagle Lou é agora o chefe da organização de cães, e seu antigo parceiro Butch continua como agente de campo e procurando um novo parceiro, que inicialmente parece ser totalmente inadequado para a função, o pastor alemão Diggs. Mas a ameaça agora não é mais Tinkles, o gato gênio do mal que está encarcerado em Alcatraz (a cena mais hilária do filme, por sinal), e sim Kitty Galore, uma ex-agente felina que, ao perder todos os pelos do corpo em ação por culpa de uma cachorro, resolve se vingar de todos eles... e dos humanos também!

Os produtores parecem ter percebido que os gatos haviam sido mal interpretados no primeiro filme, e corrigem a injustiça colocando uma felina entre os heróis e mostrando que - assim como os cães - também existem gatos que amam os humanos e que não querem apenas tomar o mundo para si.

Sobram referências a outros filmes de sucesso na película, uma clara tentativa de agradar o público adulto que acompanha a criançada nos cinemas. Algumas são mais óbvias - O silêncio dos inocentes e Homens de Preto, por exemplo. Mostrando cães e gatos atuando em conjunto contra uma ameaça comum, o filme também deixa a sempre necessária "lição de moral" para os pequenos. Um grande acerto, também, é a inserção do personagem Seamus; o pombo é extremamente engraçado, e algumas das suas tiradas caem tão bem para as crianças quanto para os adultos.

Como cães e gatos 2 é uma despedida justa dos cinemas para a trupe de bichos. Mas, se o resultado mundial e as vendas em home vídeo ajudarem, é muito possível que vejamos mais uma continuação, afinal de contas, Mr. Tinkles ainda precisa ser detido. Só espero que não levem outros dez anos para decidirem realizá-la, pois assim não vai restar nenhum gato ou cachorro para contar história. Meus bichanos que o digam.

Cotação: **


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crítica: O Lorax - Em busca da Trúfula perdida

Crítica: Guardiões da Galáxia Vol. 3

Crítica: Os Pinguins de Madagascar