Crítica: Salt

Confesso que ao conferir o material de divulgação do novo filme de Angelina Jolie, fiquei muito entusiasmado. "Quem é Salt?" era o que diziam a maioria dos pôsters promocionais. Me informando mais sobre o filme, o entusiasmo acabou se tornando desconfiança.

Salt seria um filme de espionagem protagonizado por Tom Cruise, e livremente inspirado no estilo dos filmes da trilogia Bourne. Só que o astro acabou optando por abandonar o projeto, preferindo realizar Encontro Explosivo. O roteiro foi então alterado para que a personagem principal fosse feminina, e a direção entregue a Phillipe Noyce, que não realiza algo decente desde O Americano Tranquilo. Ou seja, era um filme totalmente diferente do que foi inicialmente realizado. E a história do cinema comprova que este tipo de situação nunca é muito animadora...


Mas a pergunta prevaleceu: quem é Salt? No filme, Angelina Jolie representa uma oficial da CIA que teoricamente é alvo de uma conspiração que a coloca como principal suspeita de fazer parte de um grupo terrorista russo que planeja há várias décadas um grande ataque contra os Estados Unidos. Até aí, nada de muito novo. Em meio a uma correria sem fim e muita pancadaria, Salt tentará provar sua inocência. E é onde está a grande jogada do filme: seria a moça realmente inocente?

Phillip Noyce acreditou que conseguiria gerar tal dúvida na platéia. No entanto, tudo acaba sendo bastante previsível para o espectador mais atento, graças as dicas que são dadas pelo diretor. Estes pequenos detalhes na narrativa, embora essenciais no desenvolvimento, acabam nítidos demais devido as falhas constantes na atuação dos coadjuvantes. No entanto, a culpa não é só de Liev Schreiber e Chiwetel Ejifor, mas em grande parte da montagem do longa, que prejudica o entendimento da trama, pois as coisas acontecem rápido demais. A direção equivocada de Noyce transparece um descontrole total dos rumos do filme, e isto apenas não compromete mais devido ao interesse que o roteiro desperta na platéia. É o típico caso de "produto de qualidade duvidosa" que a gente engole por ter uma embalagem engraçadinha.

Salt me deixou extasiado em diversos momentos. Primeiro, por que é sempre bom ver Angelina Jolie desfilando sua beleza na tela grande, mesmo quando sua atuação não é tão inspirada. Mas o principal foi minha vontade de acreditar que eu veria uma virada realmente emocionante na história, que retirasse aquela impressão inicial de previsibilidade que já estava ficando mais do que clara. Infelizmente, apesar de quase conseguirem me surpreender, não foi desta vez. O filme termina descambando para o óbvio, com direito a deixa para continuação e tudo. Quando você percebe, a pergunta "quem é Salt?" já nem tem mais tanta graça. Uma pena.

Se você gosta de boas doses de adrenalina, não vai se decepcionar com Salt. Mas não foi desta vez que Hollywood conseguiu emplacar um novo Jason Bourne. E nem foi a saia de Angelina que atrapalhou.

Cotação: **

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