Crítica: Aprendiz de Feiticeiro

Foi-se o tempo em que Nicolas Cage segurava um filme sozinho nas costas, mesmo não havendo uma boa história e um bom elenco para ajudá-lo na empreitada. Parece que a Disney e, por incrível que pareça, Jerry Bruckheimer, ainda não haviam notado isto. É a única forma de entender como foi possível o poderoso estúdio do Mickey e o famoso produtor lançarem uma bobagem tão grande quanto este Aprendiz de Feiticeiro.

Depois que Peter Jackson presenteou o mundo com o prólogo fantástico apresentado em O Senhor dos Anéis: a Sociedade do Anel, eu realmente nunca imaginei que outra apresentação de uma história pudesse me impressionar ainda mais. Aconteceu, só que negativamente. O filme do diretor John Turteltaub já começa equivocado, com o prólogo que talvez seja um dos mais mal feitos da história. Corrido, confuso e fraco visualmente, só o que se salva na sequencia é a presença fascinante de Monica Belluci.


Mesmo não acreditando que pudesse ficar ainda pior, resolvi continuar a ter esperanças. A maior parte delas morreu quando o segundo protagonista entrou em cena; Jay Baruchel? Por favor! Não existe coisa pior do que um filme que se propõe a ser um blockbuster de verão e economiza de forma descarada no elenco. O ator é péssimo até para papéis de coadjuvante, quanto mais para um pseudo-protagonista. Mesmo com Nicolas Cage e Alfred Molina em cena, fica difícil sustentar quase 90 minutos de filme com um fiapo de história e uma escolha de elenco tão equivocada.

Embora Jerry Bruckheimer tente empregar sua marca ao filme, fica evidente que o projeto não foi supervisionado da forma correta. Os efeitos especiais, embora eficientes, não apresentam nenhum tipo de inovação. As águias do Crysler Building e o touro de Wall Street ganhando vida? Isto já era feito desde a época do stop-motion, e, convenhamos, não impressiona mais ninguém. A escolha das locações decepciona ainda mais. Tudo bem que Nova York seja uma cidade fantástica, mas será que tudo realmente precisa acontecer na Grande Maça? O filme acaba se tornando previsível e repetitivo.

Você deve estar se perguntando: existe alguma referência a clássica sequencia de Fantasia no filme? Sim, a cena está lá. E o momento mais legal de Aprendiz de Feiticeiro é exatamente este, quando a trilha sonora inesquecível começa a tocar e as vassouras e esfregões se movimentam por mágica. Por alguns instantes, realmente parece que estamos assistindo a um legítimo produto da Disney. Pena que seja tão rápido.

Faltou magia a Aprendiz de Feiticeiro. O que, em uma temporada tão fascinante quanto a atual, é a garantia para amargar um fracasso. Fica a esperança de que, em novembro, a mágica retorne aos cinemas triunfal com a primeira parte do derradeiro Harry Potter. Hocus Pocus!

Cotação: *

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Crítica: O Lorax - Em busca da Trúfula perdida

Crítica: Guardiões da Galáxia Vol. 3

Crítica: Os Pinguins de Madagascar