Crítica: Shrek Para Sempre

Franquias no cinema já não são novidade a muito tempo. Hoje, se um filme faz um relativo sucesso, os atentos olhos dos executivos dos estúdios de Hollywood já ficam bem abertos, de olho em "oportunidades de negócio". O grande problema é que nem sempre um determinado filme existe para ter uma continuação; certas histórias tem princípio, meio e fim em um único filme, e tentar continuá-las, geralmente, é um baita tiro no escuro.

O cinema animado não sofria deste mal até o surgimento da Dreamworks Animation. Se antes as continuações de desenhos animados eram exclusividade da Disney para o mercado de home-vídeo (com exceção do segundo Toy Story, que só foi aos cinemas devido a insistência da Pixar), hoje as franquias animadas são uma realidade: Madagascar e Kung Fu Panda são dois exemplos. O sucesso deste ano, Como Treinar seu Dragão, outro. Todos estes citados, são de propriedade do estúdio de Jeffrey Katzenberg. Assim como a mãe de todas as fraquias animadas: a saga do ogro verde Shrek.


Shrek Para Sempre chega aos cinemas para comprovar que algumas histórias devem terminar quando ainda há algo para ser contado. No novo filme do ogro - que já estava desgastado desde o fraco capítulo anterior, Shrek Terceiro - a Dreamworks apela para a "realidade alternativa" afim de tentar conseguir algum fiapo de roteiro para desenvolver. As piadas são repetitivas (os olhos do Gato de Botas, outra vez?); o roteiro é extremamente previsível; e até os personagens mais interessantes - como o Burro de Eddie Murphy - parecem estar deslocados em meio a ação. Do sarcasmo politicamente incorreto do primeiro e segundo filmes, sobrou muito pouco. A sensação é de se assistir a uma produção que foi feita única e exclusivamente para ganhar algum dinheiro. A máxima da maioria as continuações que sobram por aí...

Embora a animação esteja exuberante como de costume, mesmo nesse fundamento o estúdio ficou devendo um pouco de inovação. Nos créditos finais, a montagem que reproduz as histórias dos outros filmes passa ao público a nítida sensação de que este é realmente o capítulo final, embora eu ainda não consiga acreditar que a Dreamworks irá aposentar a sua galinha dos ovos de ouro. Mesmo com uma bilheteria menor que a do antecessor, Shrek Para Sempre está muito longe de ser um fracasso. Pelo contrário.

Resta esperar que para suas outras continuações, o estúdio siga o exemplo de Toy Story 3: um pouco mais de "alma" e menos "ganância". Afinal de contas, não precisa ser de tão, tão distante para acreditar que produzir um bom filme é possível, e lucrar muito com ele, mais ainda.

Cotação: **

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