Crítica: O Lobisomem

Nos últimos anos, diversos filmes tentaram trazer de volta a moda alguns dos ícones do terror. As adaptações foram surgindo aos montes, gerando alguns sucessos (como Drácula de Bram Stoker e A Múmia) e diversos fracassos (Van Helsing é o maior exemplo). Considerando a recente febre adolescente Crepúsculo, cujo capítulo mais recente apresentou jovens que se tornavam lobisomens, Hollywood percebeu que poderia ser a hora de voltar de vez com a licantropia ao cinema.

O Lobisomem se tornou um dos blockbusters mais esperados de 2009, prometendo fazer ressurgir o monstro no melhor estilo do clássico da década de 40. No entanto, diversos problemas foram apontados na produção do filme, que passou por troca de diretor e de outros tantos profissionais da equipe criativa. A expectativa se tornou desconfiança, e o filme foi adiado, sendo lançado com atraso em 2010 no período morno que é o início do ano.


Embora conte com um elenco estrelado - Benicio Del Toro, Anthony Hopkins e Emily Blunt, dentre outros - os problemas de O Lobisomem vão muito além da direção ou da edição capenga. Falta ao filme uma boa história (embora os produtores tenham dito que o que atraiu os bons atores foi a qualidade do texto) e, principalmente, inovação. Os artifícios usados para "assustar" a platéia são quase sempre efeitos sonoros exagerados e viradas bruscas da câmera, trucagens que são utilizadas pelo cinema desde a época em que Hebe Camargo era virgem. Na parte técnica, se sobressai a fotografia e direção de arte, que valorizam a Londres Vitoriana estilizada e sombria.

Como não poderia deixar de ser, o desfecho deixa um gancho explícito para uma sequência. Mas, convenhamos, será mesmo necessário uma continuação? Em tempos de filmes de terror e suspense inteligentes - Deixa ela entrar é o exemplo mais forte - um filme como O Lobisomem é um tremendo retrocesso.

Cotação: *

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