Crítica: Invictus

Nos últimos anos, Clint Eastwood tem trabalhado bastante. Para um cineasta, muitas vezes, produzir demais pode ser uma faca de dois gumes, afinal de contas é sempre mais fácil encontrar uma uva podre quanto temos um cacho muito grande nas mãos. No entanto, Os Imperdoáveis, Menina de Ouro, Sobre Meninos e Lobos, Cartas de Iwo Jima, Gran Torino e este novo Invictus são a prova de a carreira do diretor vai muito bem, obrigado.

Eu pessoalmente prefiro os filmes do velho Clint em que ele não dá o ar de sua graça na frente das câmeras. Não aprecio seu trabalho como ator, no entanto tenho cada vez mais reverenciado sua técnica e brilhantismo como diretor. Seja em um épico, seja num drama, Eastwood não perde a mão, consegue desempenhos extraordinários de seus astros e conduz suas histórias com um vigor imenso. Nem parece que estamos falando de um septuagenário.

Invictus conta a história dos primeiros anos de governo de Nelson Mandela, anos em que sua principal preocupação era a reintegração de brancos e negros, manchada após anos da política do Apartheid. O que poderia gerar um drama lacrimoso contou com uma jogada de mestre do diretor: o roteiro é centrado no apoio de Mandela ao time de Rugby da África do Sul (que era um retrato do antigo regime), e teve como objetivo promover a integração de toda a população por um objetivo comum, que seria o título do campeonato mundial da modalidade cuja sede se deu no país em 1995. Mandela enxergou no esporte uma possibilidade de mudar a mentalidade de seu povo, e ajudar a salvar seu país.


Alternando política e esporte, o diretor teve mais um acerto. O ritmo do filme é intenso, no entanto não faltam momentos emocionantes. As cenas de Rugby são extremamente bem filmadas - e estamos falando de um esporte pelo qual nós brasileiros não temos nenhuma afinidade. Eastwood construiu o filme para ser visto em qualquer parte do mundo. O que por si só já é uma grande realização. O elenco também é um espetáculo a parte; Morgan Freeman e Matt Damon estão ótimos, e muito bem suportados por um time excelente de coadjuvantes. Mais uma vez a mão de Clint para a direção de atores se faz presente.

Invictus provavelmente será coadjuvante na próxima festa do Oscar. Mas terá seu destaque por permitir ao mundo conhecer um pouco mais sobre um homem que realmente fez a diferença em seu país, e de alguma forma, por todo o mundo.

Cotação: ***


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