Crítica: Educação

Os filmes britânicos têm seguido um caminho inverso ao que vemos normalmente no cinema norte-americano. Em Hollywood, é cada vez mais comum que o ator perca a importância para o “personagem”, em uma época que as adaptações de sucessos da literatura, quadrinhos e videogames dominam as produções. Na terra da Rainha, no entanto, a força de bons atores por trás dos personagens continua firme e presente. É o caso de Educação, típico filme que se não contasse com a força de seu elenco poderia cair no lugar comum.


Educação conta a história de uma jovem estudante de um colégio Inglês conservador, que incentivada pelo pai a seguir uma carreira acadêmica em Oxford, passa por uma crise pessoal ao conhecer um homem mais velho e que leva uma vida totalmente diferente da sua.

O personagem é interpretado com extrema competência pela novata Carey Mulligan. Mesmo contracenando com pesos pesados como Alfred Molina e Emma Thompson, a atriz não se deixa intimidar e entrega algumas cenas fantásticas, numa atuação que flutua entre o contido e o sentimental sem perder a intensidade. Como seu interesse amoroso, Peter Sarsgaard também está muito bem, e o casal apresenta uma química interessante.

O roteiro de Nick Hornby é muito bem desenvolvido pelo diretor Lone Scherfig, lembrando outros trabalhos memoráveis da cinematografia inglesa, pela forma como as situações são apresentadas. A fotografia é especialmente bonita, pois registra uma Londres bucólica, no entanto sem perder o charme tipicamente Inglês. As passagens por Paris – incluindo uma cena nos arredores do Sena com uma visão fantástica da Catedral de Notre Dame – também são um atrativo a mais.

Um bom “pequeno filme” para se apreciar, principalmente considerando uma safra cheia de arrasa-quarteirões milionários, no entanto, sem tanta consistência.

Cotação: ***

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